Com um olhar um pouco distanciado de tanto afã, tanto corre-corre nos preparos para a chamada ceia de Natal e Ano Novo, faço aqui minhas reflexões no ensejo de tão simbólica data e passagem de ano. Primeiro, que essas datas foram convencionadas. Natal, nascimento de Jesus, Papai Noel. Poucas são as pessoas que sabem desse simbolismo. E na essência esses significados foram maquiados e distorcidos. Há muito de interesse mercantil, de marketing de indústrias e comércio que tudo exploram. Datas venais, se assim pode também nominá-las.
Existem alguns valores e virtudes que cada pessoa pode, de per si, fazer um balanço, e orgulhar de suas práticas, e até se portador de certos vícios, caráter desalinhado com civismo e boas maneiras funcionais e corrigi-los, excluindo-os da vida no ano novo. Exatamente esta estratégia. Porque quantas pessoas fazem promessas, as mais variadas. De emagrecer, de estudar mais, de arrumar a vida financeira, de ser mais cortês e dedicado ao próximo, de pagar as dívidas, o cartão de crédito em dia e sem juros, de quitar aquele antigo débito com um banco, com um parente ou amigo. “Limpar o nome”.
E por falar em quitar os compromissos, as dívidas assumidas, em mudar aquele rechonchudo perfil corporal; o ano vindouro é mais um ciclo que bem pode ser uma virada de página. Afinal são 12 meses. Verdade que com muitos feriados, emendas de dias úteis com feriados de 3ª feira ou 5ª feira. E assim vamos nós pelo Brasil afora.
Em se tratando especificamente de alguns valores e virtudes. Dos quais podemos orgulhar. Aquela retrospectiva assim dos 12 meses findados e pensar: puxa vida! Foi um ano que pensei positivamente, construí algumas coisas de grande valor para mim e para minha família. Na minha esfera profissional agi dentro dos preceitos civilizados e éticos. Não trapaceei, não ludibriei ninguém, não criei factoides ou narrativas que desmerecessem ninguém, não disseminei mentiras, fofocas ou qualificativos difamatórios a ninguém, não me simpatizei com o chamado gabinete ou turma do ódio, como um bem conhecida que existiu em Brasília, em recentes tempos de polarização política.
No quesito ainda de valores morais, onde quer que eu entre, ando ou chegue, festas ou associações, em vias públicas, em casa de quem for, seja como conviva, convidado ou anfitrião. Não importa o ambiente. O certo e dito em alto e bom som é que posso andar de espinha ereta e cabeça erguida. Porque tenho a consciência limpa e os deveres sociais, produtivos, de trabalho e materiais plenamente quitados.
Ainda dentro do espírito e preceitos natalinos. Verdade que não devemos esquecer de dois predicados ou qualificativos de gênero humano. São eles a alteridade e diversidade humanas. Quer isto dizer que: as pessoas não são como carros, i-Phone ou Smart Samsung que são produzidos em série e todos “iguais”. Não! Nem pensar para os humanos. Somos indivisos, indivíduos, pessoas. Gêmeos univitelinos são idênticos e muito parecidos. Mas, iguaizinhos nunca. Somos mais de 8 bilhões de humanos. E todos diferentes: em tudo, inclusive, no caráter, nos gostos e na anatomia, vejam as impressões digitais. Portanto, respeitemos cada qual na sua individualidade e alteridade. E não queiramos que o outro seja igual a gente! Nas suas escolhas e opções, no seu caráter, no perfil social.
Para finalizar cito, dois personagens de nosso Judiciário, que valem saber: um indicado pelo ex presidente Jair Bolsonaro, outro pela ex presidente Dilma Rousseff. Leiamos:
Carta de Despedida do Ministro Barroso do STF. “Ministro André Mendonça, renovo aqui meu carinho e admiração por sua integridade, fidelidade aos próprios valores e a seriedade com que lida com os grandes problemas nacionais. Sinto alegria quando concordamos e respeito quando divergimos. A amizade não tem coloração política.
Nesses tempos de desinformação e de perda da importância da verdade, nunca precisamos tanto da Imprensa profissional, que se move pela ética e pela técnica jornalística, que checa as notícias e distingue fato de opinião. Mentir precisa voltar a ser errado de novo.
Sigo achando que a afetividade é uma das energias mais poderosas do universo”- Luiz Roberto Barroso, Ministro aposentado STF, em 09.10.25