prvilégio e privilegiados

  Vamos imaginar o seguinte cenário, por vezes encontrado em muitos ritmos costumeiros de certas famílias na criação dos filhos e filhas. Não importa em que época viveu ou vive essa família. Alguns patriarcas até já despediram, foram deletados do planeta. Mas, foram estilosos nesse jeito mambembe e frouxo na criação e educação (ou deseducação dos filhos).  São aquelas famílias, mães e pais que perderam o bonde da História, na correta formação de filhos e filhas como pessoas autônomas, operosas, obreiras e trabalhadoras. E temos então como resultado pessoas frágeis, improdutivas, fracalhonas, que dependem perenemente de uma tutela de quem os sustentam na sua inaptidão para os embates da vida.

Está aqui a se falar dos chamados privilégios com que muitos filhos e filhas são criados, engordados e tornados adultos fisicamente. Mas pequenos e menores nas tarefas de viverem por si próprios.  Um privilégio pode ser o direito de entrar em um local antes dos outros, a isenção de impostos para certas pessoas, ou a aplicação de uma lei que afeta apenas um determinado grupo.  No âmbito comum, imagine aquele filho ou filha que é criado sempre no bem bom da vida. Os melhores pratos ao almoço, o melhor chuveiro de banho, o melhor bife ao almoço, as melhores colchas, bons aparelhos de ar-condicionado. Comida sempre fresquinha e feita na hora, nada requentado ou um de fazer um mexido com as sobras do almoço. “Isto é coisa de pobre! Quero comida feita na hora”

E assim, continuam os exemplos dos privilégios. Na origem, como se fosse mesmo uma norma, uma regra, uma lei exclusiva minha. A melhor cadeira para eu me assentar, o melhor copo, o guardanapo mais vistoso e elegante, a melhor bebida, a melhor cadeira, a melhor sobremesa, o primeiro a ser servido, o primeiro pedaço da torta e chocolate para mim. Privilégios.

Costumam tais tratamentos virem de berço com os chamados pronomes principescos, meu príncipe, minha princesa. Meu filhão, meu galã, meu elegante e bonitão. E então os filhos e filhas vão acreditando e introjetando essas mentiras e falsificações. São as defraudações impingidas por aquela mãe, que certamente trouxe tais esgares e meneios de sua casa paterna, avós dos filhos. Privilégios. Em tempo, a palavra privilégio vem de 2 palavrinhas, privus de privado; e legio, de lex, lei- ou seja, uma lei privada para mim.

Todo indivíduo criado e tornado adulto com esses normativos e costumes familiares está apto a se tornar um sujeito de personalidade frágil, indeciso, improdutivo. Há internalizada uma recusa no término e completo amadurecimento da constituição social, moral, ética e laboral da pessoa. Porque na faixa etária susceptível de correta instrução e formação integral, houve essa deterioração da constituição racional, moral e ético da pessoa; modelo esse impingido por mãe e pai tolerantes, fracalhões e servis de filhos malcriados, que tornam os mandões da casa.

Imaginemos o polo oposto a esse estilo de educação. Pais conscientes de que nas palavras de Içami Tiba: quem ama educa. E educa com limites éticos, sem privilégios, com ensino à uma vida cooperativa, participativa, laborativa, produtiva.  Como resultado: formação de pessoas autônomas, produtivas, laborais e morais em todos os quesitos da jornada da vida. Ou não? Pensem nisso! Uma pessoa que teve uma boa formação e instrução ética, moral e laboral de pai e mãe, sentir-se-á mal se chegar em uma casa como visita ou ambiente qualquer e as pessoas querer trata-la como melhor do que os demais daquele ambiente: a melhor cadeira, a primeiro a ser servido, as melhores iguarias, o prato mais bonito etc.

 

João Joaquim - médico e articulista do DM

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