Dias atrás, não faz tanto tempo, eu fiquei horrorizado com um representante dessa raça humana. Nós humanos. Na verdade, uma família de humanos meus coabitantes, condôminos. Se eles forem pessoas que leem utilidades literárias vão ler esta crônica. Como não hei de nominar os autores dos feitos que aponto, posso falar sem rodeios e sem meias palavras. E esses coabitantes, como dito, na condição de representantes de outros milhares de homens e mulheres que encontramos por aí. Gente que segue a cartilha: faça o que eu mando e não faça o que eu faço. Falo dos sujismundos em tudo. Tudo mesmo, material e comportamental.
“Nada que é humano me é estranho” A frase é de autoria de Publio Terêncio. Afro, dramaturgo e poeta romano, nascido entre 195-185 a.C. e falecido por volta de 159 a.C.
Agora, vamos pensar com Públio Terêncio. Se naqueles tempos, esse pensador tinha essa concepção dos representantes da espécie humana e agora na era pós-internet! Imagino se vivesse em nossos tempos. Mais horrorizado ficaria, mais do que fiquei com essa família de que falo. Porque é exatamente isso.
A família de que falo é composta de gente grã-fina, adultos formados em profissão de saúde. Não importa qual. Suponhamos, Medicina, Odontologia, Enfermagem, Farmacologia. Por que de formação nessas áreas do conhecimento e do saber? Porque estuda-se higiene, saneamento, relação pessoa/ambiente; seja ambiente natural ou domiciliar.
Essa família fez uma festa, em uma sexta feira a noite. Festa infantil, aniversário de uma criança de 5 anos. Onde e quando todos se refestelaram de comidas boas, bebidas, caldos, churrasco, doces, muito enfeite para crianças, refrigerantes, bebidas outras. Atenção: sexta feira noite. Paga-se uma taxa ao condomínio e usa o espaço comum a todos do edifício, piso térreo. Para se ter mais noção, onde crianças e moradores circulam, espaço compartilhado!
Terminada a festa, todos se foram, inclusive a família da festa, moradora do condomínio da festa. Sábado pela manhã, havia um cenário de terra arrasada, comidas, bebidas, papeis, lixo, restos de alimentos, com moscas, formigas se regalando com as sobras. Era um cenário de absoluto desprezo, sujeira, desrespeito com os demais moradores, com as crianças do prédio. Um completo e absurdo desleixo e desrespeito com os demais moradores do edifício. Uma feia e fedida poluição estética, sanitária e ambiental.
Não me fiz de rogado. Fiz um ofício à sindica e pedi providências e multa aos porcos e sujismundos do feito. Com a devida vênia dos suínos, porque costumam os bichos serem mais asseados, higiênicos e respeitosos com os demais membros das varas e outros grupos. Faça o que mando e não o que faço. É o princípio, cada um se revela nos lixos que produz e destina.
O que se tira de moral e ético desse episódio? Quando nos referimos e idealizamos o que seja ética, honestidade e convívio humano. Existem dois tipos de pessoas. Há gente que é honesta e civilizada, conforme o espaço onde está. Pessoas que se vigiadas por olhos e câmeras mostram-se honestas e civilizadas. Se sós e não monitoradas cometem os atos e comportamentos os mais reprováveis como humanos que deveriam ser. São duas éticas: uma praticada por coerção; outra praticada de coração. Ser honesto por medo de câmeras e punição é uma coisa, ser sempre honesto, frente a outras pessoas é outra coisa