O conceito de saúde é muito abrangente. Ele não se limita a apenas a noção de saúde plena nas esferas psíquica e orgânica. Há outros quesitos em conta. Basta imaginar os aspectos econômicos, sociais, de relações humanas e até místico/religioso. Então fica bem estabelecido que há de ser um completo bem-estar em tudo. E não apenas ausência de doença física ou psíquica.
Neste sumário artigo falemos, por exemplo do humor das pessoas, que muito contribui para a saúde psíquica, emocional, social e até espiritual. No íntimo e em última análise, o chamado bom humor é uma expressão de felicidade. Que entra no contexto de saúde. De que adianta se a pessoa tem boa saúde física e mental, se ela é infeliz o tempo todo! Ter momentos de infelicidade entende-se como partes da vida. Agora, viver sempre infeliz não soa bem!
O chamado bom humor se revela nos gestos mais singelos de uma pessoa. Vamos imaginar um modelo de pessoa bem-humorada, no estado chamado “ estar de bem com a vida”. É o comportamento ou modus vivendi da pessoa que olha o mundo à sua volta com otimismo, com expectativas positivas, com convicção de que ainda que não esteja tudo no padrão, logo passa e melhora.
Então, imaginemos esse exemplo de bom humor. O sujeito levanta da cama, abre a janela de seu quarto e se regozija e agradece por aquele dia. Em especial, se a manhã já está ensolarada, com aquele frescor matinal. E inicia-se por um largo bom dia a todos da casa, sorridente, otimista pelo novo dia etc.
Esse padrão de bom humor, continua a seguir. É a pessoa que sai de casa, de pé, de moto, de bike, de carro, e sai distribuindo sorrisos e bons dias para todos que encontra pela frente. Que traz um sorriso sincero e escanchado nos lábios, que se depara com um conhecido e troca algumas palavras de alento, de simpatia, de afeto. Se tiver tempo conta até alguma anedota. Alegra, alegria.
Vamos tomar agora, um exemplo de gente mal-humorada. É aquele homem ou mulher que já levanta da cama resmungando, ou porque precisa trabalhar, ou estudar, ou organizar a casa. Mal cumprimenta os membros da casa, mulher, marido, filhos, a funcionária doméstica. Aquela pessoa que se acha melhor do que o funcionário da portaria ou limpeza do prédio ou condomínio onde mora, que sequer sabe o nome da babá dos filhos, da empregada doméstica, dos colaboradores onde mora. Tipo de gente inservível, mas que gosta de ser bem servido. São muito encontradiços esses tipos sociais (ou melhor antissociais).
Vamos aqui reproduzir, porque é muito comum essa cena. É o encontro de uma pessoa bem-educada, civilizada, gentil e cortês, com alguém mal-educado e mal-humorado. Imagine você, leitor ou leitora, saindo de casa. Há pessoas no seu trajeto que sequer olham para o seu rosto. Ele está de celular na mão e com ele continua conferindo os posts de seus contatos, mensagens. Muitos, conforme a estatura, olham para você de cima para baixo, com aquela sobranceria e soberba, imaginando ser ele ou ela o sal da terra.
Um modelo bem chegado e pronto de gente mal-humorada e de mal com a vida é na resposta de um voto de bom dia. A gente topa com ele no elevador, na portaria, na rua, olha para o indivíduo, sorri e solta um bom dia. Sua resposta costuma ser, quando alguns retornam o cumprimento, um simples e mal-humorado dia. Ou seja: é um simples gesto com pouquíssimo gasto de energia muscular oral, de músculos faciais. Duas silabas, bom dia. E o retorno, um mal-humorado monossílabo dia. Quer dizer, o bom do bom dia que é o bom sequer é pronunciado! Se dissesse ao menos só o bom do cumprimento bom dia, já estaria cumprido seu gesto de civilidade e gentileza. Mas, não! Um mal dia.
E para esses mal-humorados deixo um adendo de gramática: bom dia, são 6 letras e duas sílabas, bom dia. Porque o dia é um ditongo e não hiato. E por falar em hiato, hiato, não forma hiato, porque o ia do hiato é um ditongo.