Religião e Política

 Quando assistimos a certas cenas, de política e de religião, é tempo de se perguntar. Sem rebuscar as duas empresas praticadas pelos humanos. Em entendimento simples: Política é a arte de administrar os bens públicos. O que é público? A palavra nos remete àquilo que não pertence a mim, nem a você em particular (privativo), mas, e sobretudo, a todos. Exemplos: uma rodovia, um hospital público, uma escola municipal ou estadual; são exemplos de bens a que todos deles desfrutam. O que é religião? Sem complicar, seria a reunião de pessoas, de forma privativa ou publicamente, liberdade de escolha, com a finalidade de se partilharem sua fé, sua convicção em Deus. Não importa o nome desse Deus, conforme a etnia, nacionalidade, Deus, essa força cósmica suprema! E mais, tendo em conta que Deus é uma energia abstrata eterna, um ser onisciente e onipotente sem nenhum vínculo material, estético ou de forma.

Agora, façamos um escrutínio de como essas atividades e ocupações humanos se degeneraram. Na Política. O quanto ela se tornou uma atividade mesclada e contaminada por interesses escusos, mercantis, pessoais, de inimizades, de conflitos de “falsas ideias e propostas”, de narcisismo, de atividade de risco, de violência, mortes, confrontos rasteiros e de baixo nível civilizatório e ético.

Muito pior que essas características. Um cenário profissional, que de idealismo e preocupação social e bem-estar das pessoas, se tornou uma seara cobiçada para os seus agentes se protegerem de crimes cometidos na vida privada, e se em mandatos, se valer de prerrogativas do cargo, de imunidade criminal, para práticas de delitos de toda ordem: corrupção, suborno de empresários que prestam serviços ao governo, de se conluiar com facções e agentes criminosos e cometer todo gênero de ilicitudes e crimes, notadamente os financeiros.

Ainda se tratando de Política. Para refrescar o significado: República ( do Latim, res publica, coisa pública). Sendo a arte de administrar as coisas, os bens e necessidades do público, tudo deveria ser às claras, não à sorrelfa, à socapa, às escondidas. Existem até os departamentos da chamada Transparência. Ao que parece para “ingleses e idiotas verem”. Porque volta e meia vazam as falcatruas, as ingerências, os desvios de função, o uso de bens públicos para interesses privados. Basta se informar sobre as operações das Polícias!

E para não alongar sobre Nossa Política Brasileira: quão baixo se pode perceber o que se tornou essa atividade pública, ao se assistir aos palanques, os comícios, os debates televisivos e pela internet. Um cenário chulo, de xingatórios, de acusações dos inimigos. Há essa diferença, os candidatos no Brasil são inimigos e não rivais e concorrentes. É uma atividade de risco! Alguns debatedores de seus delírios, fabulações e mentiras, mais parecem discussões de facções criminosas ou estratégias de enganar e iludir os eleitores.

Sobre Religião. Mais parece uma atividade mercantil e empresarial do que qualquer interesse em congregar as pessoas, para a profissão comunitária de fé e convicção em Deus. Igreja Nacional do Reino dos Homens. Seria um título propicio nos moldes do que apregoam e divulgam os seus palestrantes, pastores, bispos, obreiros, sacerdotes. Tudo é feito de forma cênica, teatral, a causar impacto emocional das pessoas. E nada de graça, porque tudo custa dinheiro. Para tanto existe um apelo: “Em nome de Jesus e Deus no comando”. “Deus é fiel”! E para o cumprimento dessa falsa profecia, muitas ofertas, dízimo, doações são imploradas. E os milagres mostrados nos teatros e palcos das igrejas? Tudo feito de forma charlatanesca, de causar enganação e impacto psíquico nos seguidores e “irmãos”.

E para arrematar: dois pontos centrais, típico de Brasil. As igrejas não pagam impostos como o restante das pessoas da chamada arraia-miúdia, o povo. Imunidade fiscal e financeira. Algumas fazem desse privilegio, esquema de lavagem de dinheiro. Segundo ponto de brasil, a Justiça se torna vesga, estrábica e cega nos dois cenários: políticos e líderes religiosos vivem na impunidade total. E há mais uma obscenidade ética e moral, alguns agentes praticantes de justiça são venais. Venalidade execrável, uma atividade de porão desses homens de Estado. É inimaginável, mas há essa melancólica realidade, justiça venal. Vende-se sentenças, liminares, habeas corpus. Veja-se o caso de um criminoso famoso, rico ou autoridade! Pode ser feriado, fim de semana, recesso judiciário. Há sempre um juiz ou ministro para concessão de um habeas corpus. Já o preso comum o pobre, gente da arraia-miúdo. Hum apodrecem na cadeia.

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