Desde os primórdios da humanidade, tem-se o homem como um animal racional, superior, dotado de uma consciência e de sentimentos variados. Mas, sobretudo um animal capaz de amar outra pessoa, amar outras espécies e o planeta. A Terra é nossa morada comum. O que significa essa distinção em relação aos outros animais de outras espécies e gêneros? Trata-se do único bicho do planeta com essas características. Em outros termos: dotado de uma razão e inteligência, tem o senso crítico, a abstração, o pensamento lógico, capacidade de planejamento e organização.
Mais algumas características do animal humano. Um ser dual, anímico, espiritualizado. Porque constituído de corpo e alma, consciência e crença em uma Divindade e neste quesito até os ateus afirmam a existência Divina, porque se negam, negam porque Deus existe, porque não se nega alguma coisa inexistente. Portanto, dizer não acreditar em Deus é afirmar sua existência. Ninguém é ateu do vácuo, a inexistência de matéria, o nada!
Uma outra característica do animal humano é seu sentimento de generosidade e fraternidade. Significa o quê? Que todos somos uma única raça ou etnia. Logo, entende-se que um atributo que deve enobrecer e bem caracterizar o ser humano é esse sentimento de ter qualquer pessoa como irmã.
Entretanto, eis que pode vir alguém e se mostrar um provocador ou instigante. Será que de fato o homem é um animal generoso e fraternal? Há motivos da pergunta? Sim. Há motivos pelo que andam fazendo certos homens de Estado.
De fato e de conhecimento, quando se analisa o comportamento de muitos humanos (homens e mulheres) no que concerne a falta desses dois sentimentos/fraternidade e generosidade é de se pensar nas exceções. Felizmente, a maioria da humanidade se enquadra nas definições preliminares. Mas, vamos pensar em muitas e tantas violências em curso pelo mundo e dá-se razão aos céticos, na descrença e desânimo com muitos homens e mulheres.
Deixemos de lado a chamada violência a granel, aquela vista nas relações sociais as mais corriqueiras, as inimizades, a violência doméstica, os assaltos, os pequenos e grandes crimes contra a vida. E citemos uma maior, aquela provocada pelos homens de Estado, pode-se chama-la: “violência oficial”, a guerra. Nenhuma violência POR tão bárbara e hedionda que seja se compara àquela causada pelas guerras. Morrem pessoas, instituições, construções, estruturas.
De acordo com dados do CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) publicados em 2024, existem mais de 100 conflitos no planeta e envolvem 60 dos 193 Estados reconhecidos como tais pelas Nações Unidas, o que significa dizer que 31% dos países do mundo enfrentam situações de conflito armado neste momento. É uma estatística alarmante e deprimente. Notadamente quando se lê os motivos de muitas dessas guerras, como são os casos presentes de Israel contra Hamas e Rússia contra Ucrânia.
Nenhuma perversidade e atrocidade do homem contra o homem se compara àquelas perpetradas pelas guerras. E imaginar que muitos desses conflitos costumam partir de um único estadista, um presidente/ditador de uma nação agressora. De novo os exemplos de Rússia e Israel, nas pessoas de seus presidentes: Vladimir Putin e Benjamim Netanyahu. É muito difícil achar o mínimo razoável de justificativa e explicação do porquê de tanta maldade de um só governante contra tantas pessoas. E não só contra pessoas comuns, crianças e mulheres inocentes. Mas, adicionadas a toda essa perversidade, a destruição de infraestruturas, os destroços de cidades inteiras e todos os serviços que ajudam os cidadãos. Tudo escombro. Por que tanta maldade contra o outro e contra uma cidade e nação inteira. Difícil digerir!