ESTE texto bem que poderia ser dA seção de Ecologia, Ecoturismo, Natureza, Biodiversidade. Mas, não. Ele se enquadrará no capítulo de Ética e Honestidade. Rolou e celebrou ali no Pará/Brasil, a Cop30. Relembrando; COP é conferência das partes, do Inglês, “conference of the parties- COP”. Trata-se de reunião periódica, onde se discutem, se propõem (os países do mundo) expedientes, atitudes e ações, com vistas à saúde do Planeta (Terra). Notadamente, no que diz respeito ao clima, poluição da terra e da atmosfera.
Ainda nesses objetivos dessa COP 30. A humanidade há de se conscientizar que a Terra é um organismo vivo. Ela precisa de nutrientes, de alimentos, de oxigênio, de água potável, de temperaturas ideais. Assim, como qualquer outro organismo, ela adoece. Por ora, pode-se afirmar que a terra como paciente (porque padece) se encontra em regime de enfermaria. Algumas partes já em terapia intensiva. Se não cuidada, vai perecer, e junto, toda fauna e flora. Um descalabro, uma hecatombe, uma tragédia sem volta. Porque basta imaginar, temperatura subindo, geleiras derretendo, rios e mares poluídos, espécies em extinção. Desastre anunciado.
Essa COP30, de Belém – PA, serve-me de ensejo para análise de questões que não me passam despercebidas. São questões de natureza ética e de honestidade. E elas foram foco de debate, conflitos de interesse, tanto de administradores regionais (Pará e Amazônia) quanto do governo federal e países participantes. São questões concernentes à majoração de preços de tudo que se consumiu pelas pessoas na passagem da conferência. Começa-se pelo preço dos hotéis, das diárias da região. Alguns hotéis e hospedarias da região, Belém como exemplo, aumentaram suas diárias 10 vezes mais que os preços em tempos normais, fora da COP30.
A partir do expediente e exploração desses empresários e comerciantes do ramo hoteleiro e de turismo, todo o mercado varejista, o comércio de alimentação, sejam do mercado formal e informal entraram no expediente de tudo vender e cobrar preços exorbitantes e escorchantes. Descaradamente, deslavadamente, no maior caradurismo. Porque não há justificativa para tamanha exploração e esbulho do consumidor. Clientes e consumidores, que em se falando de alimentação, medicamentos e lanches não dispõem de alternativas, são itens de sobrevivência!
Vamos a alguns exemplos bem ilustrativos de tamanho descalabro exploratório e de esbulho. Preços em Reais: Água mineral a 25; coxinha a 45; suco natural a 35; um docinho tipo brigadeiro a 20 ou 55; salada de fruta a 50, café expresso a 20; uma lata de cerveja a 40.
A repercussão negativa foi tamanha, e em âmbito internacional que algumas delegações ameaçaram não comparecer à COP30. É o caso de alguns países subdesenvolvidos. Negociações foram necessárias com o governo brasileiro. Uma solução para minorar o vexame e conflitos foi apresentada com propostas do governador paraense Helder Barbalho e o presidente Lula da Silva. Além da baixa no preço de hospedagens, foram oferecidas diárias em navios que se ancoraram nas proximidades de Belém, sede da Conferência.
O que se tira de moral desse expediente aqui exposto de muitos brasileiros? De todos os rincões do Brasil. Quiçá do mundo! É o chamado oportunismo. E quando exacerbado e descarado, tem a mesma natureza urubuzenta. Ou o chamado espírito vulturino (de abutre). O expediente do urubu ou do abutre é exatamente este: o outro, o meu próximo ou o meu distante vai estar com alguma apertura, uma necessidade material de sobrevivência. Opa! Então é comigo mesmo. Sua desgraça ou ruína será meu lucro, meu enriquecimento. Eu ofereço pousada, comida, lanches e água. Mas, vou cobrar tanto. Tudo caro. É agora que eu me lucro, e recupero os atrasados. É assim o espírito de muita gente. Em desastres climáticos, em enchentes, em mortes coletivas, em epidemias etc. Enriquecimento às custas de desgraças alheias. E não somente no Brasil!