O americano Benjamin Franklin (1706-1790) falava sobre a importância da ação, da organização e da virtude para o sucesso pessoal e cívico. Do valor desses expedientes para a administração pública, a cargo dos governantes, do Estado. Ele enfatizava a importância de ser útil, evitar desperdícios e buscar a melhoria contínua através de princípios como a organização, a frugalidade e o trabalho duro. Franklin disse mais: nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos. No Brasil, há uma coisa a acrescentar, o crime organizado também se tornou inevitável, a tal ponto que virou empresa privada. Basta ver o quanto de atividades lucrativas têm os criminosos com fachada de legalidade. Empresas de ônibus, de postos de combustíveis, financeiras, etc.
O país e o mundo assistiram espantados e preocupados a chamada megaoperação do governo estadual e forças policiais do RJ, no combate ao crime organizado, em maioria representado pelo chamado PCC e Comando Vermelho. São empresas e empresários do crime de toda natureza. Mas, em especial, tráfico de drogas e armas de fogo como metralhadoras e fuzis, roubos de cargas e assaltos, furtos de veículos, imposição de taxas e pedágios a moradores e quem trafega pelos seus territórios. Em seus bairros de domínio, as regras são tão rígidas que o motorista ou transeunte que não seguir a ordem dos criminosos são executados impiedosamente e os carros são queimados. Quando não queimam também os seus ocupantes. Que o digam os moradores do Complexo do Alemão e Penha (bairros do RJ).
O cenário e dinâmica criminosa se apresentam como um Estado Bandido infiltrado no Estado oficial. Porque tudo funciona pelas regras impostas pelo crime organizado, leia-se Estado Bandido dentro do que deveria funcionar o Estado Oficial, representado por Prefeitura, Estado do RJ, órgãos federais e empresas privadas.
Entretanto, não é assim que funciona com o crime organizado, tendo como protótipo o chamado Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). As favelas cariocas, onde infiltrado o crime organizado, possuem regras ditadas e impostas pelos comandos (chefes) do crime organizado. Até os insumos de supermercado, alimentos, gás de cozinha, serviços de telefonia, Internet têm regulação dos criminosos. E ai de quem não seguir essas diretrizes! Estão sujeitos a retaliação, castigo e até execução sumária. Há, inclusive, o chamado tribunal do crime. Julgamentos sumários e penas que vão desde castigo físico até pena de morte. Não há condescendência, instância que recorrer, recursos, embargos de qualquer natureza. A organização criminosa chegou a esse requinte!
A megaoperação de agora, empreendida pelas forças policiais do RJ, 28 outubro 2025, se nos apresenta como a mais trágica do História de violência cometida pelo Estado do RJ. As razões de tanta violência: o combate do crime organizado infiltrado nesse Estado. Uma tragédia nunca vista, cometida por um governo estadual e suas forças de segurança. Os dados são estarrecedores e chegam às centenas. São mais de 120 mortes entre criminosos, pessoas comuns e policiais; mais de 100 fuzis e metralhadoras apreendidas; mais de cem pessoas presas, mais de 100 feridos. Estatística similar à da guerra Israel xx Hamas.
Façamos aqui algumas reflexões do chamado crime organizado, que se espraiou por todo o país, com tentáculos transnacionais, PCC e comando vermelho.
Por que organizado? Porque a expertise veio de nossos agentes públicos e privados corruptos e corruptores. Por que onde manda e governa o Crime Organizado/favelas e bairros do RJ, se paga tanto pedágio, taxas e ágios? Porque o modelo vem do próprio Estado Brasileiro. A nação onde se paga mais impostos.
Por que a corrupção e suborno são regras no domínio dos criminosos. O exemplo vem dos próprios agentes estatais. Onde imperam os chamados orçamentos secretos, emendas pix, verbas para todos os privilégios e regalais. Modelos exportados aos criminosos.