Hipocrisias Repugnantes

Quem é de bom gosto cultural, já leu sobre Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (Paris 1622- 1673). Grande escritor, dramaturgo e filósofo que foi. E era amigo do Rei Luis XIV e da realeza, do clero e dos burgueses de então. Falou, escreveu e viveu muito além de seu tempo. Porque amava a liberdade de expressão.  

Emblemática mesmo é sua peça o Tartufo. O hipócrita, encenação que critica causticamente os costumes da nobreza, do clero e dos ricos de então. Imaginar que para aquele tempo, de absolutismo, era de alto risco. Poderia ter sido queimado ou prisão perpétua, porque criticou asperamente os costumes e privilégios palacianos e dos religiosos amigos do Rei, os clérigos, de muito prestígio na época.

Ao buscar essa memória de Molière e seu Tartufo, o hipócrita, é no sentido de trazer à baila as mais insólitas e repugnantes cenas de hipocrisia de nossos tempos. Uma no âmbito de homens de Estado, outra popular e vamos direto a elas.

O planeta inteiro assistiu, televisivamente, ao encontro entre Trump e Putin, com o objeto de trégua ou encerramento da Guerra Rússia contra Ucrânia, 15.08.2025.

Horas antes de seguir para o Alasca para seu encontro com o presidente americano, Donald TrumpVladimir Putin depositou flores em um memorial da cooperação russo-americana durante a Segunda Guerra Mundial. A estátua, que retrata pilotos soviéticos e americanos congelados no momento de um aperto de mão diante da asa de uma aeronave, homenageia a rota aérea Alasca-Sibéria, que transportou cerca de 8 mil aviões de combate americanos, fornecidos pelo programa Lend-Lease, para a frente soviética entre 1942 e 1945 (II guerra mundial).  Essa cena dessa data, que ficará para a História. No encontro, sobre tapete vermelho, dá de ver o ditador Putin, com o dedo em riste, dialogando com o chefe de Estado Americano, Donald Trump.

Vamos agora, rememorar uma cena brasileira, de dois criminosos repugnantes, conforme assim pode descrever: Preso junto com o marido Hytalo Santos nesta sexta-feira, 15.08.25, em São Paulo, Israel Natan Vicente, o Euro, teve papel fundamental na criação da "Turma do Hytalo". Os dois foram detidos acusados de exploração de menores e tráfico humano. Alguns dias antes da prisão, Euro chegou a defender o marido enquanto tinha acesso às redes sociais.

Disse Euro, o marido de Hytalo: "Eu tô aqui com você. A justiça da terra e a de Deus vai ser feita como sempre foi feita, e sua volta por cima vai ser tremenda, porque eu sei o Deus que servimos. Te amo. Você nos ensina a cada dia por onde passa. Ensina sua bondade. O que tem, quer que todos tenham. É feliz com a conquista do próximo. Quantas famílias hoje têm um teto ou uma mansão porque você deu sem olhar para você?", disse Euro, o consorte (marido) de Hytalo.

 Na sequência, ainda relembrou a infância do marido:

"Sua infância te machucou e nem por isso você fez igual. Você quis fazer diferente, e esse diferente incomoda os hipócritas e fariseus. Nem Jesus agradou a todos, imagina você, preto, gay, veio da periferia e mudou a realidade de muitos por onde passou? Eu entendo esses sem futuro que não têm a capacidade para vencer, botar a cara e ser alguém, terem inveja de você. Eu entendo tudo isso, e também entendo que Deus tá trabalhando na sua vida grandemente. Amanhã será o dia de cantar a vitória". – Palavras de Euro, cúmplice do marido Hytalo.

Vamos à moral desses três personagens, desses dois contextos. Vladimir Putin, o carniceiro russo, que manda executar opositores. Candidatos que o denunciam pelas perversidades cometidas contra o seu povo e contra quem o desagrada. Em uma guerra fratricida contra a Ucrânia, são milhares de mortes dos dois lados. Até esta data, já se contabiliza cerca de 240 mil russos mortos (militares na maioria) desse conflito dantesco e selvagem. Agora, imagina, o sr Putin, colocar flores em homenagem aos soldados russos mortos na II guerra mundial. Vê-se assim, a mais repugnante e odioso hipocrisia de um chefe de Estado. E costuma invocar a frase de ordem, em nome de Jesus e Deus no comando.

 Hytalo e Euro, conforme o dizem as autoridades policiais e jurídicas de Alagoas e SP; ambos exibiam em suas redes sociais e promoviam a sexualização de crianças e adolescentes; com cenas de pedofilia e tráfico de menores. Para a satisfação de suas lascívias, eram usadas drogas ilícitas de toda natureza. Tempos e pessoas escabrosas!

 

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