A Psicologia, assim como a Medicina fundamenta-se nas Ciências Humanas, Neurociências, Neurologia, Neurofisiologia etc. As questões estudadas pela psicologia estão relacionadas à personalidade, aprendizagem, motivação, memória, inteligência, funcionamento do sistema nervoso, comunicação interpessoal, desenvolvimento, comportamento sexual, agressividade e atividade grupal, familiar. São muitos os nexos com outros ramos de estudos da Saúde Humana.
Neste sumário, falemos de certos traços do comportamento humano, bem estudado e já bem compreendidos. São estudos e ensaios na interpretação das reações e relações do indivíduo com o outro, com um grupo, seja este grupo familiar, corporativo, recreativo, colaborativo ou meramente participativo, e destes conceitos se disserta à frente.
Para melhor compreensão e substância, falemos desses valores que permeiam as relações sociais: a honestidade, a solidariedade, a generosidade, o labor ou expediente colaborativo ou mútua prestação de favores, a divisão equânime ou desarmônica de trabalho no cuidado humano, seja esse agente um profissional de saúde, um parente como filho ou filha, um tutor, um monitor, uma mera companhia de alguém com carências emocional e orgânica.
Ética e honestidade. Por definição Ética é um conjunto de princípios e moral a aplicação prática desses códigos. A Psicologia Social afirma, há uma ética do coração e uma “ética” por coerção. O indivíduo nesse quesito tem duas influências: uma herança mendeliana oriunda dos genitores, e uma familiar educacional. A ética de coração é aquela que se faz de forma espontânea e voluntária. A honestidade ou ética por coerção se faz, em obediência a imposição social, a códigos, às leis, ao medo da censura social ou legal (o chefe, o gerente, a polícia, as leis vigentes, as multas e juros, o condomínio).
O exemplo mais pedagógico da honestidade por coerção e bom comportamento se dá com um presidiário no exame criminológico da boa conduta. Com guardas, armas a postos, câmeras de vigilância, qualquer detento se comporta de forma padrão. Muitos têm a progressão de pena, e livres cometem os mesmos crimes que o levaram à cadeia. Simples, é a ética ou honestidade por coerção. O mesmo exemplo se aplica ao cidadão comum, a um funcionário público. Basta ver o que ele faz a só ou vigiado por alguém.
Nesta mesma natureza e resultados se veem muitos indivíduos que cercado de outras pessoas se mostram bem-comportados, solícitos, colaborativos, em mostras de normal estado de civilidade e cortesia (ética por coerção social). Quando sós, essas mesmas pessoas são capazes dos gestos e até subtração de quaisquer bens, objetos e moedas que outros olhos humanos e câmeras não veem.
Um funcionário público, de órgãos menores ou tribunais seguem rígidas regras funcionais, códigos de postura, “compliance”. Entretanto, no seu convívio social privado, familiar, nas relações parentais esse mesmo comportado empregado público não se vexa, não se cora ou peja de ser um lídimo aproveitador, um sevandija, um explorador de recursos, de energia, boa-vontade e ingenuidade alheias. Para alguns desses, nem ética por coerção social funciona porque há uma tolerância das ingênuas vítimas, ou por ligação de amizade ou parental.
E nesse contexto das condutas, do comportamento social ou laboral, falam em uníssono os sociólogos, psicólogos da personalidade humana. A prática e atitudes de solidariedade, da generosidade, de favores e altruísmo trazem em muitos praticantes esses íntimos e subliminares sentimentos. O agir do coração e o agir por coerção. Assim, incitam os impulsos internos, as pulsões íntimas: nas falas de renomado psiquiatra: “ se fulano ou sicrano faz eu também sou obrigado a ajudar”. Por fim. Ainda bem que alguns se coram e se vexam de nada fazer e fazem alguma coisa sob os olhares de espanto de quem faz tanto.