Há gente que existe outras...

 A existência humana, nas palavras do filósofo existencialista Jean Paul Sartre (1905-1980) depende de muitos atributos conquistados pelo esforço e intelecção de cada pessoa. Na análise existencialista, o desejável e cobiçoso é que usando a sua cognição, intuição; e acima de tudo denodo, dedicação, trabalho mental e físico o indivíduo busque uma essência.

“A existência precede a essência” (Sartre). Fora dessa perspectiva, as grandes massas humanas estão condenadas a nascer, crescer, engordar, se tornar idosas e na madureza da vida, não diferir em quase nada de outras espécies dos irracionais. Falar nisso, quem classificou os humanos de racionais? Não sei. Há divergências, Aristóteles, em sua teoria da vida falou das 3 almas, vegetativa, dos vegetais; a sensitiva, dos animais; a racional dos humanos. A racionalidade do ser humano se faz pela intelectualidade. Se bem que para uns! A grande maioria dos animais inferiores tem percepção e mobilidade, e não a capacidade anímica e cognitiva (zoo logicon) dos humanos.

Existir e buscar uma essência, um significado além da mera estadia no mundo, em qualquer meio ambiental ou social. Família, grupo de trabalho, relações genéticas. Tudo feito com normas éticas e de honradez. Eis os melhores indicadores de alguma essência, além do instintivo modelo existencial, este mesmo seguido pelos irracionais. Nascer, amadurecer biológica e sexualmente, procriar, ter filhos e perpetuar a espécie. Quantos de animais encontram-se nessas circunstâncias? Incontáveis!

Muitas são as formas da pessoa ir além do tacanho e limitado padrão existencial. A depender de fatores como o genético, o social, o escolar, o intelectual, as habilidades natas. A Sociologia e a Psicopedagogia são uníssonas em que duas heranças são determinantes na formação e constituição do indivíduo: a genética, contra a qual pouco se pode modificar; e a social familiar, que engloba os ensinamentos e instruções transmitidas pelo pai e pela mãe. Vícios e disfunções originárias da genética, são difíceis de modificar. Virtudes e bons atributos genéticos podem ser aprimorados com o treinamento e formação escolar, técnica e científica. É o princípio do meio social moldando o sujeito.

Dois são os atributos ou qualificativos que distinguem as pessoas que buscam uma essência na vida. Autonomia e independência de mobilidade. Aos exemplos para clarear o entendimento. Autonomia é a capacidade de cada pessoa, atingida a madureza vital e escolar, se tornar capaz de ao menos, bem sublinhado e enfático, ser capaz de custear social e financeiramente o seu orçamento existencial: domicilio, alimentação, vestuário, beleza e cosmética, mobilidade a solo. Percebe-se que são atributos intercambiáveis, autonomia e independência. Atinge-se esse estágio com labor e organização.

Os estudos e estatística mostram. E contra ciência e dados documentais não opõem argumentos dissonantes. Mostram o que? Assistimos levas de gentes, rebanhos de pessoas, moços e moças, corados, robustos, saúde férrea, e higidez cognitiva e psíquica padrão. Estes e estas em plena maturidade, formados em cursos superiores quando o fazem, porque há os que não querem estudar; muitos e muitas não conseguem, atingido esse estágio de vida, não conseguem ter autonomia e independência! Muitos dependentes de pais, maridos, mulheres, tutoração, apoio, arrimos de alguém para o direito da existência. E dela não saem, pela opção improdutiva, desvalida de viver.

Quer a quintessência dessa encontradiça condição social e existencial? Moços e moças, que fizeram certos cursos, formação universitária, sem rumo, sem pendores para aquela formação, e acreditem! Formam por formar, recebem o diploma e dele nada fazem. Entram outros fenômenos o de Helvetius, o de Messalina, a estagno inflação cognitiva, laboral e autonômica, laissez-faire, far-nientes e cápside! Demais. Oh céus, oh vida, oh azar – Lippy e Hardy.

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