Sobreviventes de infarto

 O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a principal causa de morte em todo o mundo. Cerca de 25% dos pacientes morrem na primeira hora do início dos sintomas, muitos desses antes de chegar ao hospital. A maioria das mortes súbitas se deve a uma falência ( extensa necrose) do miocárdio e/ ou arritmia. O que é e como se dá o infarto? É do senso comum se ouvir : fulano(a) não sentia nada, era saudável e morreu de infarto! Na verdade, é assim mesmo que ocorre. Na gênese do infarto existe a doença da artéria coronária (DAC), formada por depósito de colesterol e triglicérides no interior dos vasos(artérias). 

 

Estas placas de colesterol se formam ao longo da vida. Se estas placas de gorduras obstruem mais de 70% das artérias coronárias, elas se tornam de risco porque podem se romper, interromper o fluxo sanguíneo e por consequência provocar o infarto daquele tecido ( músculo) antes irrigado pela artéria agora obstruída. Quais são os fatores de risco para o infarto? Os fatores mais importantes são taxas altas de colesterol e triglicérides (dislipidemia), hipertensão arterial, o tabagismo, o diabetes, a obesidade, sedentarismo, o estresse emocional e a história familiar de infarto ou derrame em parentes de 1º grau. A principal causa de derrame cerebral são as placas de colesterol nas artérias encefálicas. Os fatores de risco são os mesmos do infarto do miocárdio. Quais são as pessoas de risco para IAM?

 

 A história familiar de infarto ou derrame cerebral mais o estilo de vida pessoal vai indicar se o indivíduo tem mais ou menos chance de sofrer da DAC. Em outros termos, quanto mais fatores de risco maior o perigo da primeira manifestação fatal, o infarto do miocárdio. Em termos práticos: todas as pessoas, inclusive crianças, devem fazer dosagem de glicose, triglicérides e lipídios sanguíneos. Todos acima de 35 anos devem fazer no mínimo a cada 2 anos um eletrocardiograma e um teste ergométrico cardiológico. A melhor estratégia contra a doença arterial obstrutiva ( infarto ou derrame cerebral) está na sua prevenção precoce. Esta começa por uma dieta saudável rica em fibras alimentares, com baixo teor de gorduras e carboidratos. Atividade física aeróbica pelo menos 4x/ semana. 

 

Dieta e exercícios regulares são as atitudes mais eficazes contra a doença arterial coronária. Vale ressaltar que antes de iniciar qualquer atividade física deve-se fazer uma consulta com cardiologista, inclusive crianças e adolescentes. Um indivíduo jovem e saudável, ainda que não sinta nada não está imune a sofrer um infarto. Hipertensão arterial e dislipidemia são fatores de risco de grande importância e silenciosos , e estão cada vez mais presentes nas pessoas sadias, mesmo jovens , em função dos outros fatores como sedentarismo, obesidade, glicose sanguínea elevada, dieta hipercalórica, tabagismo, ingestão abusiva de bebidas alcoólicas etc. O principal sintoma do infarto é dor torácica esquerda de forte intensidade e contínua. 

Para quem não é médico os primeiros socorros devem constar de colocar a vítima em repouso absoluto sentado ou deitado; analgésico de preferência injetável (efeito rápido), um comprimido de aspirina (AAS) 100 mg ou 200 mg dissolvido via oral, um isordil 5 ou 10 mg sublingual e conduzir o paciente com urgência para um hospital que tenha unidade cardiológica. É importante enfatizar que quanto mais rápido o paciente chegar ao hospital, mais chance ele terá de sucesso no tratamento, menos complicações, menos sequelas e menor risco de morte.

Internado em hospital com Uti, esse paciente deverá fazer um cateterismo de coronárias. E o tratamento curativo se faz com próteses intracoronárias ou se indicado cirurgia com pontes de veias safenas ou artérias mamárias (vasos do próprio paciente. Após a alta esse paciente irá receber orientação médica de acompanhamento. Conforme o tamanho do infarto e as condições de saúde do paciente, pode-se ter uma cura completa ou ficar alguma sequela como insuficiência cardíaca.

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