Este foi o tema da redação ENEM 2025. À primeira vista, parece um tema de fácil redação e de fácil argumentação. Basta que o aluno tenha o hábito de não se deter apenas nas chamadas “caixinhas”, uma metáfora para o currículo seguido no ensino médio, nos conteúdos-base ensinados nos colégios pré-ENEM. Para quem pretende ampliar os seus conhecimentos gerais, caso de estudantes de todos os graus escolares, uma boa recomendação é estar bem atualizado com o que se fala na imprensa de boa qualidade (porque ela existe), ler quem fala e com quais fundamentos essa fala, essa proposição se sustenta. Porque todos hão de convir, há muita falação na Internet, nas redes sociais e em páginas pessoais que não passam de fabulação, conversa de marketing pessoal e comercial.
As perspectivas de envelhecer no Brasil podem ser divididas em estratos sociais ou classes socioeconômicas, tomando como bons demonstrativos as classes: baixa, média (e suas subclasses) e média alta. Dentro da classe socioeconômica baixa, vejamos: tomando as pessoas de classe muito baixa e na linha de pobreza. Essas pessoas apresentam fatores que as predispõem a uma expectativa de vida reduzida, uma longevidade com má qualidade de vida, doenças crônicas e incapacidade laborativa, mesmo em faixas etárias produtivas, abaixo de 60 anos, por exemplo. Trabalho braçal ou fatigante causa doenças!
E por que ocorre essa expectativa de vida reduzida, essa longevidade com má qualidade de vida e essa incapacidade de trabalho? Fatores determinantes: falta de moradia digna; alimentação de baixa qualidade nutricional pelo alto custo de uma cesta básica de bom valor nutricional; saúde mental afetada por fatores como ansiedade e insegurança pública; longas jornadas de trabalho sem descansos adequados para restaurar o cansaço físico e mental; desconforto na mobilidade diária de casa para o trabalho, entre outros fatores.
Tratando-se das classes menos favorecidas economicamente, profissional e tecnicamente, há de se levar em conta o acesso aos serviços de saúde. Embora o SUS seja um sistema padrão internacional de saúde pública, ele não atende a todos com o chamado padrão de excelência. Basta ter em conta a situação quando se precisa de uma cirurgia de urgência ou uma internação em UTI. Muitos morrem nessa espera. Existe serviço de excelência como o programa nacional de vacinação (PNI). E, neste quesito, a culpa está nos cidadãos que negligenciam consigo mesmos e com as crianças. Quantas pessoas existem - crianças e idosos- que não completam o chamado cartão de vacinação! Nesta questão os governos não têm culpa. Porque sobram vacinas nas UPAs.
E, como conclusão, ao se falar das classes média, alta e dos ricos, vamos tomar a classe das pessoas com trabalho formal, carteira assinada, com planos ou seguros de saúde. Essas pessoas, no que se refere ao Brasil, detêm boas e ótimas perspectivas de envelhecimento. Em outros termos, uma longevidade saudável, com acesso a uma alimentação nutritiva e aos segmentos da chamada boa medicina, tanto em âmbito preventivo, como remediativo, paliativo e curativo, quando necessário.
Ao discorrer sobre a prevenção de doenças, observa-se que ela envolve diversos fatores que dependem da pessoa. Basta a observância das diretrizes preventivas. Os pilares básicos dizem respeito à abstinência de drogas, tabaco e álcool, à atividade física continuada, à ingestão de alimentos de baixas calorias e muitas fibras vegetais, a boas proteínas e tratamento correto dos chamados fatores de risco (ou comorbidades). Uma estratégia saudável é um check-up periódico, conforme a idade e a recomendação médica.
João Joaquim médico e articulista do DM