É instigante e curioso não entendermos completamente a natureza humana no quesito de uma pessoa explorar, dominar, parasitar, sugar as energias e bens e chegar ao extremo de lesar, ofender, de matar o outro. Aqui se fala, quando esses gestos e feitos se dão gratuitamente, sem nenhuma razão que justifique, ou mínimas causas a esses malfeitos, ofensas, desrespeito e delitos.
Nesses termos de causas e efeitos, os Estados, via órgãos judiciais, estabeleceram até uma classificação, uma tipificação de culpa. Quando se entra na esfera criminal ou responsabilização de autores e criminosos. Nos crimes contra a vida estão bem previstos os crimes dolosos, quando existe a intenção do autor de produzir aquele dano ao outro; os culposos, quando o autor é causador do dano, embora não tivesse essa previsibilidade ou intenção. O doloso eventual, quando o autor foi o culpado sem intenção, mas sabia dos riscos do evento nocivo ao outro.
Vamos aqui a uma outra classificação quando se trata desse expediente de alguém explorar, extirpar ou sugar energias e bens de outro, de causar lesão física ou morte de outro. Ao se deparar com pessoas autoras desses danos e nocividades ao outro, não importa que tamanho desse dano, exploração ou lesão. Há que separar o autor plenamente sadio, psiquicamente e mentalmente falando, de indivíduos com algum grau de doença psiquiátrica e mental. E por que? Muitos são os indivíduos sociáveis e convivas de uma família e grupos sociais que não aparentam ter algum transtorno mental. Entretanto, sob um crivo e filtro rigoroso este sujeito porta algum grau de distúrbio das faculdades mentais. Os graus podem ser leves, daí a dificuldade de distinção de pessoas de bem e éticas. A pessoa pode ter algum distúrbio psiquiátrico, que se manifesta de forma intermitente. Algo encontrado em muitos indivíduos.
Para melhor deslinde da questão aqui posta, a dificuldade e instigação de nossa compreensão desses perversos tipos humanos. Podemos tomar dois extremos de caráter e personalidade. Olhemos com atenção e reflexão para os ditadores perpetradores e matadores coletivos de guerras. Lenin, Stalin, Mussolini; foram exemplos bem conhecidos. Mais atuais: um Vladimir Putin, um Benjamin Netanyahu, um Nicolás Maduro, um Bashar al-Assad. Indiscutivelmente são perversos assassinos de guerra. Com uma ressalva, graciosamente. Tudo que esses carniceiros e perversos executores de gente têm é ambição de poder, de eliminar pessoas, pelo simples gesto e até um certo prazer dessa execução.
Essa mesma natureza, agora no expediente a granel, no varejo, de um em um, temos a oportunidade de ver assassinos comuns. Basta ler os jornais ou se mais interesse houver, as cenas de reality show ao vivo e em cores, exibidos pelas redes nacionais de TV. E algumas lucram com a audiência desse jornalismo macabro e de baixo gosto popular. Mas, servem essas cenas para robustecer essa tese aqui posta, essa interrogação e intrigante pergunta. Por que muitos indivíduos trazem essa inclinação, essas pulsões internas de sugar, de explorar o outro em suas energias, em suas forças, em sua ingenuidade, em sua boa-fé, em sua generosidade. A sociedade está infestada desses parasitas e sanguessugas.
O que se tem de certo e convincente, com base em análise estatística e estudos sociais, antropológicos e psiquiátricos, é que muitos desses desqualificados indivíduos são irrecuperáveis. Mesmo sem ter um diagnóstico mais concreto e bem descrito como uma esquizofrenia, um borderline, uma personalidade psicopática, latu sensu. Nas palavras do ilustre e qualificado psiquiatra forense Guido Palomba, são indivíduos condutopatas e sociopatas; irrecuperáveis. Costumam cumprir cadeia. Soltos, cometem os mesmos ou piores crimes.
E para concluir. Chegamos então ao outro extremo menos ou pouco gravoso, porque tolerados, no princípio do politicamente correto. Quantos sãos os homens e mulheres, pessoas de nossa convivência, que temos que aturá-las, em seu estilo de vida sugadora de nossas energias, de nosso precioso tempo, de nossa educação e paciência, de nossos bens e haveres, de nossos ativos financeiros com falsas e caloteiras promessas de pagar e nunca pagam! Aquela despesa que deveria ser rateada de forma equânime e honesta. Que não partilham esforços iguais no zelo, no cuidado e companhia de um idoso. Etc. Enfim, trata-se da natureza vária e multitudinária humana. Esses tais e insociáveis, são os que trazem os seus chimpanzés e lobos internos. “ O homem lobo do homem”.