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Questão de Peso

 Trataremos aqui de uma questão pesada. Existem milhares de estudos já publicados, republicados, reeditados respeitantes à uma doença de amplo espectro, com comprometimento multiorgânico, de efeitos debilitantes, senescentes, e por que não dizer muito discriminante. Esta doença, um bom leitor e aficionado com temas de igual significado já deduziu, a obesidade. No seu estágio máximo, dita mórbida.

O que se tem de certo e cientificamente provado e registrado ficou mais sólido e compreensível no decorrer da pandemia covid19. De igual dimensão em acometimento, a obesidade é uma pandemia de impossível controle e declínio estatístico. Basta colocar em análise, que a doença resulta de um dos mais fáceis e praticados prazeres adquiridos pelo gênero humano, o hábito de comer. As ciências oferecem as respostas a esse expediente tão useiro e vezeiro entre as pessoas. São fatores de toda natureza: familiar, educativo, cultural, psíquico, o chamado efeito ou comportamento de manada inerente à pessoa humana (conforme aceito por Aristóteles e Nietzsche).

Há que se distinguir o expediente e gesto de se comer, de ingerir alimentos como fonte de nutrição e energia (essencial à vida). Este expediente, que em um comportamento civilizado, racional e de boa etiqueta (pequena ética) se entende por horários regulares, certos e metódicos, com obediência ao ritmo de mastigação (lenta, nunca apressada), sem afogadilho, em quantidade compatível com o peso corporal ideal previsto, baseado no índice de massa corporal (IMC).

Alimentos como fonte de saúde, energia, reparadores da fisiologia e tecido corporal; todos são tão significativos que deveriam ser prescritos por profissionais de Medicina e Nutrição. Apropriadamente muitos desses nutrientes são tecnicamente chamados de nutracêuticos, face aos efeitos que exercem em toda economia orgânica. Repondo carências, reparando danos teciduais, atuando como antioxidantes, como substratos na síntese de enzimas, hormônios e outras vias metabólicas.

O termo “nutracêutico” foi cunhado pelo Dr. Stephen DeFelice em 1989. Nesta data e conferencia, ele referiu a certos alimentos com componentes com benefícios à saúde. Exemplos de desses compostos: ômega-3 e 6, cúrcumas, vitamina D, colágenos, etc.

Conforme já reportado, a obesidade, nos seus variados graus traz embutidos vários fatores em sua gênese. A Ciência, a Psicologia e a Neurofisiologia já interpretam de forma robusta e convincente esses mecanismos. Assim, muitas gentes obesas mantiveram os reflexos da fase oral (infantil descrita por Freud). Quiescentes, eles afloram na fase adulta. Então vêm os regalos, os gáudios, os gozos e orgias gustativos.

 

Mais um mecanismo: as gentes comilonas, sensibilizam e hipertrofiam suas vias sensoriais do apetite e prazer gustativo, em detrimento de outras terminações sensitivas. A maioria busca essa satisfação máxima e quase exclusiva de conforto, de satisfação digestiva, de prazer e felicidade. Essas tais e quais pessoas são como analfabetas funcionais na interpretação e contemplação de outras artes, de beleza, de aditivos culturais como o gosto da leitura de um clássico da Literatura, de observação da natureza e coisas assim.

Por último, em pesquisa de componentes bioativos e hormonais de obesos, foi observado dois componentes. A grelina, hormônio estimulante da fome e apetite. Leptina, da saciedade e abstinência alimentar. O indivíduo obeso, para agravar seu estado adipocitário e ponderal, tem alterações nas proporções desses hormônios. São dados das Ciências.

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