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O porquê de infarto em jovens

 Não muito comum, mas vem ocorrendo mortes de pessoas jovens, 30 anos, 40 anos de doenças cardiovasculares, de forma inesperada. O indivíduo aparentava saúde normal e sofre morte súbita. Em geral, causada por infarto agudo do miocárdio, arritmias ou acidente vascular cerebral/ obstrução arterial por placas de gordura ou ruptura arterial com sangramento intracerebral.

E como espanto e medo os parentes próximos perguntam aos médicos: como isto é possível? a pessoa tinha saúde de ferro, corada, vigorosa, nada sentia, algumas mantinham até uma atividade física regular e de repente morre! Isso pode?

A resposta é afirmativa. Isso pode! E tudo fica na dependência do chamado estilo de vida que a pessoa levava, desde a infância, adolescência e juventude. Em Medicina designamos por estilo de vida os hábitos que a pessoa adota. Se saudáveis ou insalubres. Entre esses estão os chamados fatores de risco para morte prematura, de causa geral ou cardiovascular.

Nesse contexto e de forma didática, tomemos como modelo uma criança que aos 10 anos, é sedentária, com uma dieta desbalanceada, obesa, pouca mobilidade com outras crianças, passa horas nas telas de videogames e celular e pouco interage fisicamente com os amigos de sua idade e de grupo (e predominantemente em redes sociais). É de fácil compreensão que aos 30 anos esse indivíduo, teve no mínimo 20 anos de um estilo de vida por demais insalubre e pleno de fatores mórbidos (ou de risco) adquiridos que o colocam em alta chance de um desastre cardiovascular/ infarto ou AVC.  Em exame anatomopatológico, essa pessoa, de saúde vascular e cardíaca tem uma idade de mais de 50 anos. Faixa de risco de infarto em pessoa sem comorbidades. Agora imagine uma pessoa com as chamadas comorbidades!

 

Para as crianças, adolescentes e jovens existe uma conjugação de fatores e apelo a que não expendam nenhum esforço, tudo mecanizado, tudo controlado eletrônica e digitalmente. Temos assistido a uma geração de filhos e filhas que nada fazem de esforço, de trabalho, de afazeres domésticos, que sequer cuidam bem de seus objetos pessoais, de um quarto de dormir, de um banheiro por eles emporcalhados, que não ajudam mães, pais e funcionárias domésticas nas tarefas primárias de comer, vestir, banhar. Trata-se da geração sem sofrimento.

 

Uma consequência desse estilo social e nada civilizado de convivência, são os transtornos mentais: ansiedade, depressão, sensação de nulidade (niilismo). Na tentativa de conserto e alivio desses sofrimentos (emocionais, existenciais) surgiram as terapias especializadas: do adolescente, de família, as psicoterapias, o uso prolongado de psicotrópicos, sedativos, moduladores do humor, etc, etc.

E esses fatores psíquicos, emocionais, e relações sociais, depressão, ansiedade, retraimento, isolamento nos quartos e bolhas da internet, etc. Somados ao estilo de vida insalubre, colocam esses jovens em maior risco de mortes prematuras por causas cardiovasculares.

 

E como prevenir essas mortes precoces por infarto, por um AVC, uma arritmia cardíaca? Que as crianças e jovens de hoje vivessem como fizeram seus avós. Atividades recreativas e físicas compatíveis com a idade, uma alimentação saudável desde a infância, que o uso de celular e redes sociais fosse retardado o máximo possível (ideal acima de 10 anos). Que os pais dessas crianças e jovens fossem para elas um modelo de estilo de vida saudável e construtivo, inclusive com diversão, lazer e entretenimento compartilhados. O que social e mentalmente é muito mais construtivo e preventivo de doenças mentais, além da saúde cardiovascular e física geral.

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