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A formação integral da pessoa

 Interessante e revelador estudo, conduzido no Reino Unido, Universidade de Oxford, nos mostra e detalha de como se dá a constituição social, moral, cooperativa, produtiva e laborativa da pessoa. Os adjetivos aqui postos são no sentido de reduzir a compreensão do delineamento e minúcias da pesquisa, que só de resumo no original são mais de 200 páginas, fonte 12, tamanho A4.

A mini resenha aqui representa noções e algumas ideias extraídas do extenso trabalho, com equipe agrupada de Sociólogos, Psicólogos, Psicopedagogos e Educadores diversos. O trabalho inicia com os postulados ou cânones de que a pessoa traz dois fundamentos constitucionais hereditários: um genético e um social-familiar-educacional.

Quando se adentra tais questões da constituição, da programação integral do indivíduo é salutar buscar até mesmo outros ramos do saber. Quem estuda os trabalhos por exemplo de Viktor Franki (1905-1997), psicólogo e cientista austríaco, que se dedicou muito à logoterapia; e mesmo conhecimentos sistemáticos de Filosofia, como os do sociólogo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau, pode também se municiar de como se dá a conformação ética, social, cultural, vivencial e participativa grupal/familiar do indivíduo. 

Vivemos hoje em uma sociedade com expedientes acelerados, um apelo exacerbado ao consumo, ao gozo, ao nada produzir. Tudo de afogadilho, de inopino, em um mosaico de tendências e satisfação. Até mesmo quando se fala em qualidade de vida, em saúde, em longevidade, os preceitos mais elementares são negligenciados, porque ninguém quer transpirar as roupas, todos em ares-condicionados, gelados, glutonarias e libações. Quando os estímulos para mente e corpo e até preventivo de demências seriam mobilidade física, leituras e música de qualidade. Até no quesito gosto musical, a sociedade mostra gostos e preferências duvidosas, contra culturais. Perdoem os que assim procedem pela contundência, peremptoriedade e crítica deôntica aqui expressas. Não se dá para usar meias palavras ou circunlóquios.

Despiciendo e sem assacar qualquer aleivosia, o que se quer deixar aqui consignado, fundado no respectivo e concernente estudo bretão é que o indivíduo, quase “in totum”, ao longo de sua esteira vital, a partir dos legados morais, culturais, éticos, sociais, dos pais, do domicílio onde nascido, crescido e educado; o que se pretende deixar em alerta é que cada pessoa detém esse determinante, muito influente e formador de toda sua arquitetura social, ética e civilizatória com íntimas e incorrigíveis liames com a família criadora! Para o bem ou para o mal. Filhotes de corvos e grifos nunca serão águias, diz o estudo.

Continuando esta resenha:

Existem cotas do saber, conhecimentos susceptíveis de controvérsia, divisão de pareceres e concepção. Tais embates de ideias, teorias, convicções são características do saber humano, da busca continuada e incansável da verdade por aqueles (as) que são movidos por essa curiosidade do bem, da Ciência e da interpretação da estada ou colocação de cada pessoa no mundo. Nada se dá ou ocorre ao acaso, espontaneamente, casuisticamente. Existe sempre uma explicação da queda de uma folha arbórea, do voejo gracioso de uma libélula, das canículas em tempos de verão, para o canto estrepitoso das cigarras, dos gorjeios alegres ou melancólicos dos pássaros.

Neste sumário texto e de igual proposição acima exposta, basta ter em conta o comportamento, as atitudes, os expedientes, os feitos e empresas humanas. Existe sempre o primeiro motor, um movimento justificador de cada feito. Pode ele ser feio ou belo, estético ou rude, ético ou antiético, licito ou ilícito, legal ou ilegal. Existe sempre um gatilho inicial. Não importa o estado mental, emocional, de sanidade física ou psíquica, analisado com interesse, isenção e sentimento humanitário. Chega-se à causa primeira e original.

Dentre as grandes questões que me parecem pacificadas e incontroversas, temos a que diz respeito à formação, à formatação, à construção e instrução da pessoa humana. Resumida em uma palavra: a Educação integral do indivíduo. O termo Educação, daí escrita em maiúscula, não impropriamente é uma obrigação imposta pelo Estado, em qualquer país civilizado e democrático. Crê-se que em algumas tiranias e autocracias, os tiranos e Estados não tenham esse humanitário dever. Educação de todo cidadão!

O significado e a importância da Educação são tamanhos e tão amplos, que podem-se escrever tratados, ensaios, teses, sistematização e exposição de seus tentáculos e abrangência, independentemente das divisões e capítulos disciplinares, técnicos e normativos. Tamanha é a sua eficácia na construção e formatação global do indivíduo. A Educação Integral do sujeito.

É consenso e convencível que a pessoa, o cidadão traz dois determinantes qualificadores permanentes. Sejam esses para o bem ou para o mal (bem acabado ou mal acabado). Duas heranças para melhor compreensão: uma genética e outra social familiar. Dois fatores hereditários, a carga genética e a educação recebida da família; obviamente, suplementada pelas escolas frequentadas. Em primeiro plano a formação ética, social, civilizacional, de relações humanas com qualquer pessoa. A educação formal nas escolas vai complementar o legado cultural e científico da família. E ponto final. Cada um começa a ser o que é pelos legados éticos, culturais e escolares dos pais.

Sem penduricalhos teóricos e não pedagógicos, conclui-se este texto com essas advertências: muitas são as famílias, pais e mães, professores e educadores que são por demais tolerantes e lenientes no processo de criação (engorda e maturação) dos filhos. Ou seja, filhos e filhas quase só criados à maneira de um bezerro, um pet, um animal irracional e sem deveres. Concedidos são a esses filhos e filhas, muitos direitos e regalias. Tudo pode, nada é proibido. São moços e moças, que sequer lavam os pratos nos quais comem, sequer limpam os sanitários que emporcalham, sequer dobram as caminhas que dormem. À mesa, são os preferidos, os melhores pratos e bebidas; sequer vivem muitos desses sem ar-condicionado. De objetos, os celulares do ano. Entre outros mimos e brincos. Em uma palavra, são indivíduos criados e deseducados como imprestáveis e inservíveis. Servidos gostam de ser porque assim foram treinados pelos pais e tutores. O que esperar desses cidadãos? que mundo eles comporão quando bem mais velhos? O que será dessa sociedade governada por esses príncipes, nobres e princesas? Porque assim foram chamados, quando eram educandos, alunos e aprendizes. O que será dos súditos, dos administrados e governados por esses jovens?????

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