pequeno grande livro

 

Imagine aquele Livro! Com L maiúsculo. De imediato, vem à mente ser um enorme tomo. Nem tanto precisa para ele ter esse título, O Livro. Falo aqui de um “Pequeno Grande Livro”. Do autor norueguês Jon Fosse (Noruega 1959-) Título literário curioso, É A Ales. Ganhador do prêmio Nobel de Literatura 2023. De mesmo autor há no Brasil, Melancolia, Cia da Letras. Também digital,  na Amazon e outras plataformas. Pouco mais de 100 páginas.

Trata-se de um autor, embora não muito popular no Brasil, mas muito conceituado e muito bem avaliado pela crítica; tanto em seu Pais, como Europa. O enredo, tipo Novela, gira em torno de duas personagens, um casal, Signe e Asle. Moradores e muito vinculados a um fiorde. Mananciais muito comuns nos países nórdicas: Noruega, Islândia, Suécia, Finlândia, Dinamarca. Europa Setentrional e Atlântico Norte.

É muito interessante a descrição do que se passa com esses dois personagens. No fundo, e na essência, dois sentimentos em análise profunda, seminal, existencial e filosófica. O amor, a perda, o luto. O casal mantinha uma estreita e intima conexão com o lugar, e consigo mesmos. Vida simples, ligada ancestralmente com aquele lugarejo, os fiordes, o barco de navegação, as aguas do lugar. Fiorde é como um rio ou fio de água do mar que adentra o continente. Como se um rio autônomo fosse, com toda a sua diversidade de flora e fauna, típicas dessa região.

O que importa nessa sucinta referência, é mostrar o quão, um livro de pequena dimensão, pode ao final da leitura, nos levar a profundas reflexões. O valor da vida, a importância de nossos ancestrais, nossas origens, nossos ascendentes. A resignação e ressignificação do luto, quando se perde qualquer ente querido, animal ou humano. Podemos imaginar, na sensação de que ao se perder alguma pessoa, querida, não devemos conformar, mas nos confortar e tentar interpretar e entender que essa Lei, da perda, e da finitude, ela é universal para toda forma de vida. Sem discrimine, de quem quer que seja. E sigamos nossa jornada, e deixemos que a natureza siga a sua.

João Joaquim - médico e articulista

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