A educação integral da pessoa

 

“O primeiro espelho da criatura humana é o rosto da mãe: A sua expressão, o seu olhar, a sua voz. E como se o bebê pensasse: Olho e sou visto, logo, existo!”Donald Winnicot – Psicopedagogo.

Quantas vezes nós criticamos uma pessoa, um adolescente, um jovem, uma moça já na plenitude da maturidade psíquica, física, moral e social em função de seus hábitos, sua conduta de vida, suas relações sociais nas mais diversas esferas e cenários da vida. Trata-se da crítica pela crítica, sem atentarmos e lembrarmos os motivos que tal pessoa, tal jovem se porta e se comporta nesse estilo de vida, seu modus vivendi.

A questão central a se levantar aqui sãos as causas do comportamento, do estilo de vida, do jeito que essa pessoa conduz a sua vida, nos afazeres os mais comezinhos, os mais simples e frugais exigidos na convivência humana. Afinal, todos nós não vivemos isolados, não somos estanques sociais, somos sociáveis e políticos. O simples fato e expediente de vivermos em qualquer comunidade indica que temos uma natureza ou vocação à civilidade e à política. A política da convivência.

Como se dá a organização social, ética, moral, produtiva, cooperativa, fraterna e participativa entre os humanos? Em uma palavra: pela orientação da família. Os qualificativos morais, sociais e culturais do indivíduo resultam de uma herança familiar. Cada pessoa é o corolário das características sociais e éticas da família. A esse propósito existe um consenso entre os cientistas e pesquisadores de estudos de humanidade: sociologia, psicologia positiva, pedagogia. Cada pessoa porta os legados e ensinamentos feitos pelos pais, que se iniciam por esses pais como referências e modelos (espelhos), pelo treinamento e pelas pacientes prédicas nesse sentido. Um filhote de cabrita ou porca nunca será tigresa ou onça pintada. Lei infalível da natureza. Esse é um embate inexpugnável e inelutável

A pessoa humana é programada pela família, à semelhança de um software para o bom ou mau funcionamento.  Nessa origem está a condição de absoluta inaptidão e dependência da criança ao nascer. Ela vem ao mundo como um analfabeto absoluto. Como se fosse uma tábula rasa ou lousa em branco. O meio ambiente, os pais, o entorno social são os que vão instruí-la. São os determinantes ontológicos do sujeito. Aos poucos e paulatinamente, conforme teoria empirista, todas as informações sensoriais serão escritas e esculpidas em sua memória, em seus neurônios e sinapses cerebrais. Esses aprendizados, as instruções sociais e éticas, quanto mais cedo aprendidas mais chance de eficácia para a vida inteira.

Perguntas práticas aos pesquisadores de humanidades, de Psicologia e Educação. Como instruir e formar a pessoa a partir de criança e adolescente? Simples. Lições diárias e obrigatórios da higiene pessoal, banho, escovação de boca e dentes, faxina do quarto de dormir, do banheiro e sanitários usados, lixo no recipiente certo, cooperação nas tarefas domésticas. Incutir no menino e menina esse padrão ético: ao fazer um lanche, um almoço, um churrasco, não importa em casa de quem estiver; mormente se for um visitante ou convidado, lave os talheres, copos, xicaras e pratos ao final da alimentação.

Esse era o comportamento de Alícia Issauer, jovem na madureza da vida. Ela chegava na casa de amigo ou parente, se refestelava em comida, os capitosos sucos naturais, os deliciosos manjares. Costumava deixar volumosas sobras no prato. Com o digestivo saciado e barriga cheia, nem se lixava que a dona da casa, a serviçal doméstica, fosse para a pia e tanque para higienizar e lavar a baixela, as louças e desse o devido destino ao lixo produzido. Alícia era inimputável, porque a família, os pais, o entorno onde fora formada, assim se

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