Quando analisamos a evolução humana, análise do que as pessoas podem fazer na construção de si mesmas deparamos com muitas mudanças, nessa era digital. No que cada indivíduo pode empreender na busca de um aprimoramento pessoal em todas as esferas da existência. Neste contexto, podem ser listados o cuidado da saúde física, da saúde mental, do bem-estar (ou saúde) social, das relações interpessoais e com o meio ambiente, o aprimoramento da aptidão laborativa e profissional, da aquisição de conhecimentos ou ganho intelectual, da dedicação a algum entretenimento do gosto pessoal, da compreensão e interpretação das artes, não importa que arte seja, como por exemplo a mera e dedicada aplicação a uma leitura agradável e cultural etc, um filme de boa qualidade cultural, etc.
Para esta
breve consideração do que seja o gênero humano. Lembremos que somos animais.
Todavia, superiores, dotados de uma inteligência singular porque portamos um
pensamento abstrato, a consciência plena de nossa inserção no mundo e da nossa
finitude, de raciocínio lógico. Lógico de logos, inteligência, ciência e
conhecimento. Racionalidade: ou seja, dotados que fomos da capacidade de
organizar, de previsibilidade, da distinção do bem e do mal, do que devemos e
não devemos fazer, conforme as convenções, educação, treinamento e formação
técnica e intelectual da sociedade onde vivemos e relacionamos. Ou seja, nós,
humanos, não somos animais quaisquer.
E este é
o grande diferencial que nos faz distintos e superiores aos outros animais e
vegetais. Nunca é demais recordar. Qual o desígnio único dos irracionais?
Procriar, sobreviver e perpetuar a espécie e continuidade dos genes. Assim, o
faz um cãozinho, um gato, uma cadelinha, um cavalinho, um macaquinho. Comer,
crescer, procriar, ter filhotes e os proteger enquanto frágeis e enxotá-los
para continuar o determinismo da espécie.
Para mais
consistência de consideração da construção humana, busquemos dois filósofos de
nossa recente História. Jean Paul Sartre, do existencialismo: “A existência
precede a essência”. Significa o que? Que devemos ir além do que fazem os
animais, nascer, se tornar adulto e significar alguma coisa para si e para o
meio social, a família, o entorno da pessoa. Nietzsche, do eterno retorno:
“quantas não são as pessoas, que passam a vida na mesmice, no reco-reco, no
patati, patatá. Não vão além do simples existir.
A análise
do comportamento social de grandes rebanhos de gente, nos leva a extrair as
tendências. Para tal conclusão, dispomos da Internet, das redes antissociais e
dos smartphones. “Dize-me o que tanto olha na sua telinha do celular, e eu te
direi quem és, qual o seu cabedal cultural, intelectual e cognitivo”. Palavras
de um grande sociólogo atual.
Que
proveito, que engrandecimento, que ganho intelectual, que qualificativos de
cidadania e civilizacional ganha uma pessoa, uma mulher que passa o dia todo,
dia e noite, dependente de um celular. O que será que atrai tanto um homem
jovem ou mulher a ficar debruçada, encurvada, cabisbaixa, fixada na tela de um
celular? A tantas curtições de redes sociais, a notificações, a vídeos, a
mensagens, a futilidades, a receitas disso e daquilo, à melhor plástica, aos
melhores pratos, aos remédios para tudo, às dicas de futilidade, de até como
contornar os cios dos pets, aos melhores adereços dos bichos, aos efeitos
estéticos e místicos das tatuagens. Isto é o que vem caracterizando grandes
levas de pessoas, nesta tão decantada e aclamada era digital, de tanta gente
boçal. Só isso. Redes antissociais: Instagram, facebook.