Em artigo pertinente, já discorri sobre cursos de formação familiar. Deveria existir e não existe. Há até cursos de noivos, ministrados por algumas igrejas, Católica e Evangélicas, mas de forma empírica, amadorística e doutrinária. A questão aqui tratada seria mais científica, mais pedagógica, mais sociológica e didática. Muitas são as atividades humanas para as quais bom e saudável seria a exigência de uma formação específica. No exemplo da constituição de família, quem deveria opor essa condição seria a Justiça, através dos cartórios de registro civil, porque estes representam o Judiciário.
Nesses termos e condições, assim que os noivos fossem agendar e aprazar a união conjugal (casamento tradicional, união estável) os notários e cartorários já solicitariam o certificado da conclusão e habilitação nesse curso de formação familiar. E não importaria se esse casal, os cônjuges tenham em meta a geração de filhos, que seria outro empreendimento dos mais sérios e complexos. E a esse proposito vem a ementa a seguir, a criação e construção ou formação de um filho. São questões bem distintas, criar e formar um filho, uma pessoa.
Trata-se de um empreendimento, no qual a maioria das pessoas se engaja de forma mambembe, amadoristicamente, no expediente de tentativas de erros e acertos. Com aquele princípio, vamos criar um filho e veremos no que ele vai dar. Porque os índices de fracassos são enormes. O que há de filhos criados que não dão em nada se constituem em cifras de grandeza, são muitos casos!
Muitas famílias, nesses tempos da hipermodernidade ou modernidade líquida (vide Zigmunt Bauman, filósofo polonês) interpretaram mal e de forma subjetiva estrita o Instituto dos Direitos Humanos, e muitas dessas famílias tornam os seus rebentos, adolescentes e jovens em humanos tortos, porque enchem-nos apenas de direitos, de regalias, de isenção de limites, de imunidade aos pedagógicos corretivos sociais e éticos, entre outras liberalidades a eles conferidas.
Conforme alguns sociólogos e pedagogos os definem, são filhos com as libertinagens de ação e de expressão, quando se expressam. Isto porque muitos dessas novas gerações (alfa e Glass) possuem outras características: a de estar no permanente estado online em suas mídias digitais, smartphones, tablets, laptops. A condição de isolamento e alienação desses jovens vem merecendo preocupação e estudos de Psicólogos e Educadores especialistas nessas questões, as de relacionamentos educacionais e sociais desses jovens.
As escolas, os pais, os tutores e responsáveis pela criação + educação+ formação desses novos filhos e filhas, têm sido advertidos quanto às regras sociais, éticas e educativas dessas novas gerações, notadamente quanto ao uso desmedido, ilimitado, desregrado, de Internet, redes sociais, jogos eletrônicos e virtuais; à excessiva jornada no chamado estado online. Temos desse comportamento as perturbações e distúrbios da excessiva conexão à Internet e mídias digitais, as doenças da nomofobia (fobia do status offline) e a fomofobia (fobia de não posse de objetivos de mídias, celulares).
Pesquisas nos campos da Sociologia e Psicopedagogia mostram as características desses filhos e filhas, jovens das novas gerações. E algumas valem umas amostras grátis
De forma imprópria e precoce esses filhos e meninas recebem o tratamento de príncipes e princesas. E eles vão introjetando essas enganosas virtudes e diferenciação (autoengano imposto pelos pais). E assim continuam com uma sequência de privilégios e distinções. Os melhores objetos de mídias, as melhores roupas. Os carros que os transportam precisam de ar condicionado na temperatura a mais refrigerada, porque não podem sofrer calor.
Nas mesas de almoço e jantar, os melhores pratos, os melhores copos e talheres, os melhores bifes, as sobremesas frescas e saborosas. Nenhuma comida pode ser reciclada. As sobras de almoço nunca servem para um jantar ou ceia mais frugal e simplificada. Comidas e bebidas sempre frescas e feitas na hora. Nunca alguma remanescente do almoço; “mãiê, eu quero coca”!
E para concluir, não sem razão, estão aqui listadas algumas causas de esses novos filhos e filhas formarem uma nova geração, a dos dependentes e incapazes cidadãos, que tornados adultos continuam carentes de tutela, amparo e manutenção para susterem-se, quando não deixam aos pais os netos para que eles (avós) terminem a obra iniciada, a criação de netos deixados pelos filhos, esse que tiveram uma criação e formação canhestras, tortas, mambembes e sem estrutura social e pedagógica.