A CONFIGURAÇÃO DOS NOVOS FILHOS E FILHAS

Os avanços científicos e tecnológicos foram chegando e pari passu as conquistas sociais também se materializando. Quando se fala em conquistas sociais abre-se uma enorme chave com um sem-número de itens de direitos e regalias. Ganhos que foram sendo reivindicados pela sociedade. Aqui entra então o instituto dos Direitos Humanos. Nesse cardápio de direitos estão as liberdades coletivas e individuais, a liberdade de opinião, de expressão, de imprensa e do pensamento. Do pensamento? Mas, para pensar não precisa liberdade. Só na Coreia do Norte e no Irã, que é perigoso pensar.

Em todos esses benefícios parece-me que uma questão foi esquecida, ou até negligenciada propositalmente, a dos Deveres Humanos. Sempre que alguém foge das balizas e convenções do que há como certo ou errado aparecem de imediato os propugnadores dos chamados Direitos Humanos. No plural mesmo. “Não, mas trata-se de questão de Direitos Humanos”. Nunca algum agente se arvora ou discursa como defensor dos Deveres Humanos, dos direitos da vítima, do ofendido, do discriminado, do agredido e ofendido, do negro, do índio, do deficiente. Curioso, não!

Com o avanço e progresso das conquistas sociais vem surgindo uma nova classe ou casta de filhos, de filhas, de jovens. Muitos desses já maduros, erados, e prontos e mal acabados para a vida. É assim que eles se sentem e consideram. Trata-se de uma nova geração, construída e herdeira desses chamados Direitos Humanos. De plano, fica bem pacificado, ninguém, tolo ou inteligente é contra direitos individuais e coletivos. Contra o excesso é que se faz alguma restrição.

Esses filhos e filhas dessas conquistas sociais trazem umas características bem próprias, até mesmo nas novas “Diretrizes Escolares”. É proibida a reprovação escolar”. Não importa que nota o aluno obtenha nas provas de aferição de aprendizagem. Se nota 4, 3, 2. Reprovar um aluno se tornou até um risco para professor e escolas. Existe agora o direito dos alunos. Representa bullying e discriminação. Risco de processo, de chamar a imprensa, de buscar o amparo do Ministério Público, do Procon etc. O aluno deve passar de série de qualquer jeito, não importa se aprendeu ou não as 4 operações de álgebra, se não entendeu o que seja o sujeito ou verbo de uma oração.

E as famílias vem embarcando nessa nova doutrina, nessas novas conquistas sociais. São as novas Diretrizes da Nova Pedagogia. O congresso criou até a chamada lei da palmada. Significa que para a criança e o adolescente foi concedido esse” Direito Humano”;  ele tem a regalia, a prerrogativa de viver ao leu, como quiser, sem limites, sem corretivos, sem nenhuma repreensão. E esse adolescente, jovem e futuro adulto e cidadão não têm nenhuma culpa no cartório. As famílias, as escolas, a nova doutrina, os novos direitos, o estamento jurídico e social o fizeram assim e pronto.

O torto e enviesado e degenerado é o sistema, é a nova pedagogia do Instituo dos Direitos Humanos. As conquistas sociais do tudo pode, do “é proibido proibir”. Nos tempos de Internet e de Redes Sociais temos configuradas as novas gerações de filhos, filhas, de jovens e de famílias. Êta modernidade diferente! Essa nova classe ou casta de jovens, moças e moços que uma vez na adolescência vão sendo sedimentados e decantados pelas novas famílias, pela nova modernidade.

Algumas famílias já o faziam sem esperar a hipermodernidade. Mas a nova era digital veio promover uma espécie de “organocatálise assimétrica” – homenagem ao Nobel de Química de 2021 de Benjamin List, do Instituto Max-Planck, na Alemanha, e para David MacMillan, da Universidade de Princeton, nos EUA.

 Estamos sob o império de uma nova Filosofia das novas Diretrizes dos irretocáveis “Direitos Humanos”. Uma vez adultos, eles   e elas, filhos e filhas dessas novas conquistas sociais, de igual forma se tornam irretocáveis e incorrigíveis. E de fato estão acabados, mal acabados e inaptos para produzir, para se profissionalizar, para mais aprender, para serem cidadãos operosos, produtivos e participativos nas famílias de que dependem, no meio social onde vivem. Muitos desses eternamente dependentes dos pais que foram os seus educadores e acólitos. Lídimos far-nientes.

Todavia, nem tudo está perdido. Na caixa de Pandora, resta um consolo. Não são todos os jovens e famílias que embarcaram nesse mantra. Salvam-se muita juventude e muitas famílias. Alívio e alvíssaras de um futuro melhor.

Posts mais recentes

O RAMERRAME DE TANTA GENTE VAZIA

Quando buscamos olhar de forma laboratorial e experimental as pessoas em seus espaços sociais havemos de admirar e de espantar com o que mui...