Néscios Virtuais

 

 Néscios Virtuais

E continua saindo estudos, pesquisas, ensaios psicopedagógicos sobre o impacto das telas, dos visores dos celulares, dos smartphones, tablets e computadores na saúde cognitiva, social, psíquica e intelectual das crianças, dos adolescentes e jovens. Ao se referir a estas idades significa que tudo na vida do indivíduo se torna mais eficaz, de grande impacto positivo ou negativo a partir dos primeiros anos de vida. É justamente nessas faixas etárias que o cérebro, as conexões neuronais estão se processando e amadurecendo. Basta imaginar de ensinar um adulto de 40 anos a aprender um idioma estrangeiro, ou a tocar um piano. Será muito mais difícil. O cérebro, a mente, o intelecto de uma criança e adolescente são muito mais plásticos, mais ávidos pelo desconhecido, pelo novo, por adquirir novas habilidades. 

   Dessas certezas vêm o atual conhecimento ou princípios, como estes: O indivíduo é o produto social e ético da família, do meio social onde ele foi criado e educado.  Ou este: pegue uma criança e faça dela o que desejar. Mostre a uma criança (como exemplos de vida) os desvios éticos, os descaminhos da vida, os jeitinhos tortos de se levar vantagem em tudo e então temos a receita, as sementes e fermentos para a formação de um perdulário, um ocioso, um vagabundo e delinquente, um cidadão improdutivo e peso negativo para a família e sociedade. De outro lado como uma opção construtiva e altamente saudável tome uma criança sob tutela e educação e ofereça a ela de forma protetora e acolhedora os limites de que ela precisa como um ser em formação, como um infante susceptível às informações sensoriais das pessoas e meio ambiente de seu entorno. Ensina a essa criança a ler, a desenhar, a contar, a ter o domínio dos fundamentos de álgebra e matemática.

   Certamente, essa mãe, esse pai, essa cuidadora, essa tutora ou professora. Não importa; todos esses responsáveis estão na função de construtores e formadores de cidadãos adultos produtivos, honestos, éticos e suficientes para prover a própria subsistência, indivíduos autônomos, trabalhadores, capazes até de contribuir na mantença e divisão orçamentária para a família de sua convivência.

   E assim vem debruçando os sociólogos e estudiosos do comportamento humano, inseridos que estamos na hipermodernidade, dos recursos digitais. Instrumentos e belos objetos esses que ao simples toque dos dedos, surgem para olhos as encantadas e coloridas telas, as imagens, cenas e mensagens de toda natureza. Na maioria, fotos, games, chamariscos e convites a tudo que é fútil, inútil, antissocial e alienante.

   Nos anos 1990, já tínhamos ali pesquisadores e cientistas alertando sobre as tecnologias da informação e os prejuízos cognitivos que poderiam sofrer as novas gerações. Basta revistar as obras Generacions de Neil Howe (1951-) e Willian Straus (1947-2007). Obra interessante também sobre a temática é do canadense Douglas Coupland (1961-), contos para uma cultura acelerada; ao se abordar o tema relação das novas gerações com as telas vale a leitura do que escreve o australiano Mark Mcrindle. Ele cunhou o termo geração alfa ou glass. Este termo glass ou vidro faz referência ao hábito que os indivíduos da  geração alfa (2010 em diante); eles já nascem grudados nas telas dos dispositivos virtuais (celulares, tablets). Os indivíduos alfa, são filhos dos millennials (1980-1994).

   Como conclusão, nas palavras do neurocientista Michel Desmurget, o certo é que os pais da geração millennials estão destruindo a vida de seus filhos. São os pais acima de 40 anos; porque além de ser contumazes aderentes ao uso do celular, do smartphone e redes sociais, são esses mesmos pais ( entendam pai e mãe )são permissivos a que os filhos os sigam e tenham os mesmos hábitos. Toda a garotada já nasce e cresce envolta dos celulares. Todos candidatos a cretinos e imbecis digitais; seguindo os caminhos dos pais.

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