INSTINTOS E GOZOS COMO PONTO GRAVITACIONAL

“Em algum lugar algo incrível está esperando para ser descoberto -  Carl Sagan (1934-1996). O certo e bem sabido, pelos que praticam as Ciências, é que quem segue os cânones das Ciências nunca é abandonado. A Ciência estará sempre ao lado de quem a segue com respeito e reverência. As superstições, o charlatanismo e fé cega estão reservadas apenas àquelas mentes preguiçosas, vadias e sandias! Gente que tem preguiça e leseira de ler, estudar, pernoitar.

As afirmações acima, são apenas no sentido de nos instigar a sermos pessoas melhores, gente que busca ir um pouco além de sua pequenez voluntária e improdutiva. Mais que isto, gente que faz um incessante esforço para ultrapassar e permanecer em alguma essência além da existência.

Porque quantas e quantas gentes, homens e mulheres fortes e saudáveis, cabeça com potencial de bons pensamentos e raciocínios abstratos; quanto desses nascem, atingem a mera e tacanha existência e ali ficam estáticos. Um diploma disso, daquilo, engenheiro, advogado, licenciatura. E seguem a vida, em uma mera produção de sobrevivência, com centralidade apenas nos instintos mais primitivos: tipo comer, se ingurgitar de vaca, porco, galinha, massas, refrigérios, farináceos, doces, o gozo libidinoso e lascivo! Quantos! Socorro! 

Estudos da Universidade de Camberra – Austrália, nos revelam a dinâmica social de muitas gentes, cultura, sociedade, indivíduos. Nesses termos: o indivíduo é o corolário de duas heranças fundamentais, uma genômica (mendeliana, poligênica), outra sociofamiliar (padrão criacional de um filho, negligência ou disciplina educativa, etc.). Fatores deterministas no caráter e personalidade.  

Esses estudos mostram em detalhes as origens de cada comportamento e expediente das pessoas. Tomem-se dois tipos. Observemos o apego que muitos indivíduos adquirem nas relações com os animais domésticos, os pets. Uma das explicações seriam a instabilidade afetiva dessas pessoas, a fragilidade de sentimentos afetivos e construtivos que essas mulheres e homens tiveram no seu padrão educacional. Faz todo sentido essa tese biopsicossocial.  Quantas e quantas gentes, muito mais as mulheres que os homens, dissipam enorme tempo nos estorvos com seus bichos. Em um incessante reco-reco ou polia zero.

Qual a fisiologia ou etiologia de muitos indivíduos ser centrados 24 horas por dia nos hábitos de orgias alimentares, na glutonaria, nas patuscadas do prazer, pura e simplesmente? Como se a vida, os prazeres, a felicidade enfim, se encerrasse apenas na satisfação pura e frugal dos sentidos do olfato e paladar?

As Ciências respondem de forma enfática e persuasiva. Trata-se de resquícios de nossa formação neural e sensorial. Como modelo a formação neural de um predador selvagem: uma hiena, um chacal, um felino, um réptil. No que pensam esses primitivos cérebros? Sobrevivência via instintos digestórios. Caçar,predar, engolir tudo depressa, empanturrar e ao menos naquele dia, a sobrevivência está garantida. No tocantes aos humanos, fica a indagação: faz sentido esse comportamento, essa insana busca e satisfação meio orgástica?

E por que tantas são as gentes que sensorialmente, sensitivamente pensam em comida como o ponto gravitacional e projeto máxime de suas vidas? Resquícios neurais reptilianos ou lupinos. É a persistência dessa ancestral e animalesca herança que leva grupos imensos de indivíduos serem tão refratários a adesão a dietas saudáveis, a se manterem em seus pesos normais. Porque o ponto nevrálgico de suas vidas está na satisfação insana e reptiliana do comer. Não basta nutrir e alimentar, há de se repimpar, ingurgitar, refestelar e se tornarem roliços e mórbidos obesos. Socorro! Oh, céus! Oh, Vida! Oh, azar!

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