Escolaridade é diferente de Cultura

 Quando se olha as estatísticas de nosso competente IBGE, a respeito da evolução da Educação Brasileira, sentimos tristeza e certa desesperança. Nessa hora continua fechada a caixa de pandora. Mas, deixemo-la (a esperança) lá guardadinha. Quem sabe um dia, com futuros e visionários governantes, novos engajados e inspirados congressistas possam tirar o País, desta triste condição, a de ter ainda tantos analfabetos absolutos e funcionais. E sobre Educação, Cultura, capacitação profissional, formação técnica, disserta este artigo. Noções e ideias fundamentais e fundantes de um país melhor.

Quando se fala em Educação podemos buscar muitos pensadores e cientistas do ramo. Desde grandes pensadores de idos e presentes tempos. Imagine buscar o que diziam um Sócrates, um Platão, um Aristóteles. Nem de tanto precisamos. Basta citar dois brasileiros neste texto e já ilustramos o que seja educar uma criança, a caminho da vida adulta e se tornar uma pessoa feliz, de boas e construtivas relações sociais, éticas e produtivas

– Ilan Brenman (Israel 1973-): diz assim: Ensinar os filhos: a tomar banho e fazer higiene pessoal sozinhos; a arrumar o quarto, um dos maiores desafios; a amarrar os sapatos; a cooperar nas atividades domésticas.  Autor do livro “Desligue e Abra” (2022, 48 págs.,) é autor de literatura infanto-juvenil com mais de setenta obras publicadas e mais de 3 milhões de títulos vendidos no país e no mundo. Brenman nasceu em Israel. Mas, é também brasileiro.

- Gilberto Freire (1921-1997) – Foi um educador que mais títulos recebeu como doutor honoris causa. Freire via na educação e escolarização do indivíduo a sua maior e talvez única possibilidade de redenção do estado de pobreza, de humilhação sofrida pela sociedade empregadora e exploradora de mão-de-obra NÃO qualificada (termo pejorativo e discriminador). Foram tantas contribuições teóricas e práticas que não caberia em um laudo. Mas, estas se destacam: Pedagogia do Oprimido; Educação como Prática de Liberdade.

Há que se diferenciar o que seja Educação – Escolaridade – Cultura – Formação Profissional. O ideal para o indivíduo seria que ele portasse, tanto quanto possível esses 4 domínios. Nem sempre isto ocorre.

Neste momento, o nosso IBGE, nos informa que cerca de 7% da população acima de 15 anos é analfabeta absoluta. Trata-se do grupo de pessoas que sequer sabem ler uma placa de trânsito e nome de uma rua. Agora, acreditem: muitos sabem manusear ou dirigir uma mota ou carro e usar um celular. Ou seja, existe também a culpa do indivíduo ser tosco, vilão e imbecilizado, quando a questão é o conhecimento das coisas. Porque a pessoa querendo e buscando há como ele sair das trevas e obscurantismo cultural.

Há que diferenciar Escolaridade – Educação – Cultura – Formação Técnica/Profissional. O ideal seria que o indivíduo possuísse um equilíbrio entre essas 4 aquisições. Nem sempre boa Escolaridade significa boa Educação, Cultura e Formação Profissional. Vamos deslindar esses conceitos. O analfabeto absoluto é o indivíduo que mal desenha sua assinatura. Ele não consegue diferenciar letras ou ler uma placa de trânsito ou nome de uma rua. Falemos de adultos, sujeitos maiores de 21 anos. Muitos são os que completaram o ensino fundamental e param de estudar/9ª série, por exemplo. Passados 5 anos esses alfabetizados pouco sabem o que aprenderam. Muitos chegam e completam o ensino médio e param aqui. Passados 5 anos, idem. Pouco aproveitam do que aprenderam. Temos então, os educados no fundamental e ensino médio. Compõem esses dois grupos os classificados analfabetos funcionais classe a e b. Esses dois grupos de pessoas vão constituir os desempregados, os trabalhadores informais ou formais em profissões técnicas de variados gêneros. A maioria desses brasileiros se submetidos às mesmas provas, quando terminaram seus ciclos escolares serão reprovados. Uma redação simples, uma equação mais elaborada de matemática, uma raiz quadrada, e conceitos simples de Ciências da Natureza. Ou seja, esse grupo majoritário de brasileiros são portadores da chamada estagnação cultural e escolar. Ou até pior, desaprendem o que aprenderam.

E os muitos que fizeram uma faculdade, um curso de Engenharia, Direito, Medicina, Odontologia? Eis a questão. Pegue por exemplo um engenheiro de sistemas, um bacharel em Direito. São muitos neste exemplo. O Engenheiro. Este desempenha sua função porque segue o seu manual de instrução saído da faculdade. E costuma ainda errar muito em seus cálculos e construções. Se for Engenheiro de Sistemas, operadores de telecomunicação como exemplo; ele segue um algoritmo, um Manual da Operadora dos Engenheiros Chefes. Ok

Pegue outro exemplo, um bacharel em Direito que fez um dia um concurso preparatório e foi aprovado: Tribunais, Assembleias, Agência Reguladora. Idem. Ele trabalha com software, ou uma cartilha/tabela/diretriz: isto pode, isto não pode. Ele segue regras, uma “compliance”, sistemas, algoritmos. Funções que um bom funcionário de 2º faz a mesma coisa. Tipo operar uma Inteligência Artificial. Se torna quase um autômato de manual de instrução.

Conclusão. Fica fácil depreender o que são formações e aquisições distintas. Escolaridade não significa Cultura, Cultura não significa Educação lato sensu, formação técnica/profissional não significa boa Educação e Cultura. Ah, em tempo: quando se fala então em viver com cidadania e ética, com honestidade e correção social ou financeira, seja consigo mesmo ou com terceiros; aqui, sim, é tempo de diferenciar escolaridade, cultura e formação profissional. O que há de gente quiabo, lontra ou bagre, aproveitadora e golpista com até outros do entorno ou convívio familiar, não está previsto em nenhuma “compliance” ou manual de racionalidade e convivência humana. Aqui está a se falar em dois tipos de Ética: a de coração e a de coerção. Ser honesto e ético pelo medo da punição e repreensão e no entorno social, sem câmeras ser um folgado, explorador, golpista e caloteiro. Acautelemos desses tais e quais!

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