Puco Pundonor e Sem Pudor

 Em artigo bem singular, porque pouco estudado no Brasil, falou-se no fenômeno da conformação, em uma analogia com a água. Porque ela é a campeã em conformismo e conformidade. Esse trecho: “O que vem a ser o fenômeno da conformação social? Existe uma certa analogia com a água na sua capacidade de se amoldar, de se adaptar como conteúdo a um continente. Assim como a água se conforma ao recipiente dela contido, um vaso, um duto, um copo, uma taça, uma garrafa, uma ampola; nós humanos, em muitas circunstâncias e contextos, nos conformamos às condições, fatos, comportamentos, atitudes, vícios, exploração do outro, deslealdade, infidelidade, defeitos morais e sociais e outras expressões e demonstrações fora dos padrões de civilidade e convivência social ética”.

No Reino Unido, em tempos pós Internet uma ONG, deu de avaliar o grau cultural, social e valorativo dos usuários e usuárias de Internet e redes sociais. Quando se lê por exemplo, os qualificativos e escores culturais, de valores e o que professam e expressam milhões de clientes e consumidores de tik tok e Instagram, por exemplo. Fica-se horrorizado e incrédulo com o que as pessoas trocam de valores, mensagens, cultura, conhecimento do que para essas gentes traz de crescimento e qualificação pessoal e cultural. Haja mediocridade!

Uma ONG como essa, nos dá a exata métrica e ANÁLISE do que pensam, do que cultivam consumidores dessas banalidades e platitudes, do que seja a desqualificação de grandes rebanhos de gente que não passam um dia sem mergulhar nessas futilidades. Torna-se até admirável de se imaginar, em se falando de gente, de indivíduos com um gosto e predileção por um incremento de conhecimento que traga algum benefício para sua condição de cidadania e agente apto a melhorar sua inserção social, profissional, de crítica, de melhoria de si e de seu entorno familiar e social.  Haja mais mediocridade!

Foi o que delineou e diagramou essa recente pesquisa sobre o cabedal ou jaez, como se traduz de forma livre, a respeito da maioria das pessoas que intercambiam com usuárias(os) por exemplo do site Instagram. A lista de posts, vídeos, palavras de ordem, truísmos, abobrinhas, frivolidades, até, acreditem, posts de infantilismos e chulices; chega a dar engulho e nojo, o multitudinário de besteiras e asnices editadas. Tudo feito sem nenhum pudor ou vergonha de ser  o que são o usuário e usuária dessas bobagens. Continua as mediocridades.

Porque há de igual forma essa realidade. As pessoas não mais se coram, se enrubescem, não se pejam e nem se envergonham com o seu baixo nível social e cultural. As pesquisas feitas aqui no Brasil trazem essas perguntas. Tipo: você não se incomoda com o que pensam quem vai visualizar as suas publicações? Você não se incomoda com os vídeos frívolos e infantis enviados aos seus seguidores?

Não! Não estou nem aí! Porque não sou o autor de tudo que posto e publico. Eh, mas se você edita, publica e registra, você homem ou mulher, jovem ou veterano, significa o que?  Significa que compartilha e se torna coautor (a) desse gosto, desse desqualificado post, vídeo, mensagem, prece, abracadabra.

Porque, em síntese e ao cabo, esta é uma outra realidade irreversível. A maioria, quase a totalidade dessas pessoas de redes sociais, com fotos e vídeos disso e daquilo, de si, de filhos e filhas menores, da intimidade de uma gravidez, de um parto, de trajes sumários e quase nudez. Da própria nudez desavergonhada. E tantas outras futilidades e infantilismos; essas tais e quais pessoas perderam esses atributos morais e sensuais, o recato, o pudor, a intimidade; tudo jogado no lixo! Tempos para lá de esquisitos e baixos! Arre! Cruz credo! São maltas, são turbamultas e catervas de indivíduos com indicativos de que nada fizeram de ganhos e incrementos culturais e tecnocientíficos na construção melhorada de si próprios ou de filhos sob sua responsabilidade e instrução social ou ética. Um quid e quejando indivíduo desse naipe e substância, vai espelhar em um filho ou filha menor, os seus iguais predicados.

Pensemos e reflitamos juntos e coesos. Uma mãe ou pai que permite que um filho ou filha de 8 anos, 10 anos já exiba em alguma rede social, que tenha já essa liberdade e domínio, essa mãe, principalmente ela, a monitora e educadora dessa filha. O que esperar dessa criança, Criança hein, bem entendido! O que esperar dela quando adulta? A conclusão é bem ao estilo de Acácio, o personagem de Moliere. Filho de peixe, peixinho será. Filhos de corvos ou grifos, nunca viram águia!

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