O Recusado Porquinho de Estimação

 Já vou logo admoestando que não sou muito de falar por calembur. Calemburar ou perifrasear não é de meu gosto. Porque há pessoas que vivem nos seus triques troques. Outros e outras em suas pacholices. Gente pachola, madraça cheias de si e soberbas. Há gente que tem a propriedade do instrumento musical tambor. Este soa e ressoa porque é vazio, oco. Assim, são muitas pessoas, si-cranos e si-cranas! Pasmem! Deliberem e vejam.

Quem lê por exemplo a magnifica obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, há de lembrar a genealogia do personagem, Cubas! Ah, Cubas! Quantas cubas. Tem-se por exemplo Brás Cubas (1560), Vila de São Vicente, Santos. Épocas!

Olhe esta estória, veras, verossímil, arte imitando a realidade. Conta-se que certo pai quis dar de presente um bácoro para o filho de 10 anos. Menino muito arguto e racional, logo inquiriu e perquiriu do pai. Por quê! Ora, filho, um bichinho de estimação! Mas, papai, estamos indo contra a natureza, com certeza. O pai aturdido e surpreso, pergunta, me explica, filho querido!

Contra a Natureza como a luz acesa sobre esta mesa. Sabe por que? O bichinho não nasceu para ser companhia de gente, gente pequena ou grande. E tem mais, não é de sua inteligência e gosto, ficar preso, cercado por paredes e luxo. Olhe bem onde ele foi criado e crescido. Com a mãe e seus irmãozinhos, os porquinhos e sua mãe. Não; eu vou pedir para o senhor me arrumar outro presente. Como assim, filho querido? Me fale!

Respondeu o filho: Sabe meu amiguinho, o Pedrinho Henrique? O filho de um professor da minha Escolinha. Ele me contou que o pai dele, o professor Adílio Novaes, quando criança brincava de livros, de colorir, de montar quebra-cabeças, de tocar violão e flauta. E foi assim que ele formou em duas faculdades. E assim, gostava tanto de brincar com os amiguinhos e fingir de professor que virou professor!

Sabe o que eu quero? Aquela coleção de livros da turma da Mônica, quero também uns gibis, uns cadernos de arte, de colorir, de jogos matemáticos. Sabe por que? Porque quero ser um cientista, quem sabe até astronauta. Sabe, pai, brincar eu brinco de vôlei, de sinuca, de tênis, de pula-pula com meus amigos. Nem preciso celular, nem de tablet. Minha professora, a tia de português, nos ensina que celular, Instagram, não ensina nada que presta a criança.

Nisto, nesse meio termo, entra a mãe, que era engenheira de alimentos, e preparava jantar com a irmã mais velha, Alicia Novaes. 15 anos. A mãe, Maria Luzia, ou Malu, na intimidade. Completou a mãe  a fala do filho. “Apoiado”, filho, Isto mesmo. Porquinho, coelhinho, cachorrinho têm os direitos dos animais. Está escrito na Lei dos Animais. “Apoiado”, vamos dar o presente de aprendizado que você quiser. All Right”. E assim, cumpriu-se o desejo do menino (maluquinho por aprender); cumpriu-se o dever de pai e mãe. Oh, Bendito o que semeia livros, livros, cultura, educação, instrução, cidadania!

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