Admirável mundo digital

 Fazendo uma imitação de Aldous Huxley (1894-1963), com o seu Admirável Mundo Novo (1932). Que “admirável mundo moderno”, este mundo a que também podemos nominar de mundo da era da informática e digital. Somos uma sociedade de cores, de luzes, de aparências, de encantos, de cosmética, de plásticas, de comidas, de objetos e recursos digitais, de festas, do gozo fácil, de prazeres imediatos e “busca incessante do que consideram felicidade”. Custe o que custar.

Ao que parece, o bicho humano sugere mesmo uma presa fácil de todo o sistema imperante e dominador que foi se criando. É o capitalismo da produção e do consumo. Muito mais do consumo que produção. Ciência e Tecnologia andam muito juntas porque são intercambiáveis e interdependentes. Ambas são necessárias, úteis na qualidade, na produtividade, no trabalho profissional e intelectual das pessoas. Nesse quesito todos são cordatos.

A Ciência é neutra, as tecnologias são neutras. Quando Robert Oppenheimer (1904-1967) criou a bomba atômica, é de se supor que ele não queria provocar grandes morticínios, como o fizeram os nazistas na grande guerra (1939-1945). E como alguns ainda ameaçam em fazê-lo, Vladimir Putin, da Rússia; Kim Jong-un, da Coreia do Norte. Assim se deu com a criação do avião, do automóvel, com o machado, com a foice e faca de cozinha, com a Internet e redes sociais. Ao se conceber esses feitos, nenhum inventor, os idealizou para o mal. Pensaram no bem da humanidade.

A Ciência e as Tecnologias são ativas e construtivas nas mãos e mentes de quem as empregam para o bem, o belo e construtivo. Para o mal elas são neutras. Ativas são as mãos e as mentes criminosas que as tomam para os seus malfeitos, o delituoso, o feio, o imoral, o reprovável e difamatório (caso das mídias digitais e internet).

Como referido, o bicho humano, dado que é propenso ao jeito fácil de viver, ao curioso, aos chamariscos, aos engodos, às superstições, ao mágico, às vãs promessas de milagre, acredita e aceita fácil a tudo que lhe é imposto e apresentado. Muitos, assim agem sem crivo, sem crítica e sem duvidar!

Assim, basta ver o que tem sido a centralidade e os projetos maiores ou prioritários na vida das pessoas. Nesta ordem, não matematicamente preferencial. Comer tudo (de insalubre e novivo) que a indústria oferece como o da moda e atual; as roupas propagadas como top model de momento; os apetrechos digitais tidos e vendidos como os da modernidade. E acreditem, até o sexo tem sido vendido tipo manual de instrução e em pessoas. Que admirável mundo moderno! Não!

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