Operários da "Fábrica de Cretinos Digitais

 Se há uma expressão popular para certos temas, esta se chama pá de cal. É o que fez o médico americano Vivek Murthy, em maio de 2024. O alerta é sobre os efeitos danosos, maléficos e destrutivos na mente, na inteligência e desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes, da super exposição às mídias digitais, internet e redes sociais.  Diante dessa situação, o cirurgião-geral pediu que políticos, empresas de tecnologia, pesquisadores e famílias tomem medidas urgentes para proteger os jovens contra eventuais riscos. Murthy afirmou em entrevista ao The New York Times (maio/2024) que “adolescentes não são apenas adultos menores” e que estão em uma fase crucial do desenvolvimento cerebral, cognitivo e intelectual.

Buscando parecer contundente e de grande relevo nos estudos de outro neurocientista, o francês Michel Desmurget, do Instituo de Saúde de Paris,  ficam patentes  e convincentes os riscos e graves efeitos na formação neuropsíquica e cognitiva de crianças e adolescentes que são expostos de forma excessiva, sem monitoração e limitação às mídias digitais, celulares, games, internet e redes sociais. O título de seu principal livro, já diz muita coisa: Fábrica de Cretinos Digitais (Michel Desmurget).

A depender do grande império dos provedores, da indústria digital, operadoras de telefonia celular, redes sociais como Instagram, Facebook,  rede x (ex Twitter), tik tok, fabricantes e comércio de games etc.; Estamos, nesta intitulada sociedade pós moderna, estamos formando, engordando e gerando uma legião de zumbis digitais, indivíduos idiotizados, disgráficos (incapazes da escrita), disléxicos (incapazes de se expressar no idioma formal), pessoas que sequer saberão redigir um simples comunicado escrito, compreender um texto do Português Padrão e interpretar um bom texto de opinião, parecer, manual de instrução. Idiotas digitais que só veem imagens, games, vídeos. Ou quando muito no chamado internetês. Símbolos! Emojis!

O que recomenda o médico cirurgião americano, conselheiro em Saúde dos Estados Unidos? Que as redes sociais tragam advertências e alertas dos riscos da excessiva exposição de crianças e jovens em suas plataformas. E o faz com muito fundamento e consistência pelos estudos e resultados científicos já fartamente divulgados sobre os danos cognitivos da dependência e vícios em Internet e mídias, games, redes sociais e celulares.

Na mesma linha e em uníssono, falam outras autoridades em saúde. Jean Twenge da San Diego State University, sobre o declínio cognitivo dos jovens, a partir do surgimento dos smartphones em 2012 e redes sociais.  Aumentaram os índices de dependência, as crises de ausência (tipo epilepsia), solidão; enfatiza essa especialista e pesquisadora dos danos intelectuais do excesso de mídias e digitais.

E na mesma esteira outros: Jonathan Haidt, psicólogo da Universidade de Nova York; autor do livro Geração Ansiosa, Cia das Letras, lançado no Brasil. E ainda, a psicóloga Ilana Pinsky, da Fiocruz; pesquisadora e especialista nos mesmos temas.  São alertas, advertências de pesquisadores e cientistas em Educação e Escolas. Nas palavras do neurocientista francês, Michel Desmurget, estamos atuantes: pais, sociedades, influenciadores virtuais, contatos virtuais; todos operantes na – Fábrica de Cretinos Digitais.

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