A arte política de normalizar e naturalizar os crimes

A política para ser melhor entendida deve ser esmiuçada, deslindada e interpretada por vários ramos das Ciências, profissões tecnicocientíficas e até Filosofia e atividades místicas e teológicas. Melhor explicado, nem tanto a Política, mas sobretudo o comportamento das pessoas que se dizem políticas, praticantes de política, partidárias, ideológicas e ativistas.

E vem o porquê dessa tese. Com fundamento no que professam os seus agentes, nomeadamente, em se tratando desses tempos de tanta polarização. Lembra até um pouco as propriedades da eletricidade, de atividade elétrica, polo, dipolo, grandeza vetorial, polarizar, ativar, despolarização, repolarização. É de dar até um dó na Física e suas filhas, como a eletricidade, eletrostática, termologia, dinâmica, todas ofendidas! O que há de circuitos elétricos, choques, descargas terrificantes, explosões, fios desencapados, perdas e gastos de energia, estáticas ou dinâmicas nos circuitos políticos, não está descrito em nenhum manual ou diretrizes. Tempos!  

Muito instigantes e curiosos são os delitos, os crimes de toda natureza que os agentes públicos e políticos cometem e como eles, sempre eles, os congressistas, deputados, senadores, chefes dos poderes executivos (presidentes dos poderes, governadores, prefeitos) etc.; Como eles criam leis, decretos, portarias, propostas de emendas constitucionais (PEC), leis infraconstitucionais e ordinários; todas em benefício próprio. “Interna Corporis”. Eis que surge lá um deputado que mata o outro numa dessas casas legislativas. Surgem os colegas, o presidente da câmara por exemplo, que toma para si, a decisão de julgá-lo. Porque já existem leis para protege-los, a tal da imunidade parlamentar. E é de lamentar mesmo. Não é mesmo!

Um outro comportamento estrambótico e esquisito é a formulação de teses, de explicações, justificações e naturalização dos delitos por esses agentes praticados. Uma atitude ou fato condenável e recriminador para um cidadão comum e honesto, para muitos desses corruptos e dissimulados políticos é normal. Tanto o meliante e descarado quanto seus defensores advogados, criam então as teses, que aquele fato, naquele contexto, naquele lugar, naquele dia se deu na absoluta inocência e normalidade. Eles são experts na fábrica de normalidade e naturalização dos ilícitos e delituosos fatos. “Não, não há nada demais, fulano, sicrano agiu não foi bem assim, como o acusa o ministério público ou a Polícia Federal. Não pode!

E assim, tudo vai se naturalizando, ganhando um verniz e rótulo de normalidade, de legalidade, os inquéritos e oitivas vão se arrastando, lentos, processos para lá, recursos a todas as instâncias jurídicas até que ou o processo é arquivado, extinto ou perde a validade, prescreve. Raramente, o infrator, o praticante de peculato, de improbidade administrativa e corrupção tem uma pena restritiva de liberdade. Quais os políticos ou ex políticos estão presos? Raríssimos!

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