QUEM COME D+ engorda

 DIETAS E ENGANAÇÕES TERAPÊUTICAS PARA OBESIDADE

 João Joaquim 

Nesta preleção o objetivo é falar sem rodeios sobre o fracasso de milhões de pessoas que buscam, de forma fortuita e por surtos as muitas opções de dieta de emagrecimento, dos alimentos com efeitos miraculosos e imediatos, orientação dos profissionais do ramos de nutrologia, alimentação e mercados de variada  natureza que se propõem, que se propagam e propalam em vender facilidades para os obesos, os sobrepesos , os obesos mórbidos, os sedentários, os que seguem o lema –“ antes tarde do que nunca”- , os que num surto de mudanças de estilo de vida resolvem que precisam perder peso, de buscar aquele corpo com anatomia normal e emagrecer. Alguns porque terão que se mostrar menos obesos, que terão que caber nos ternos e vestuários já apertantes, etc, etc. Aquele casamento, aquela cerimônia de formatura, as fotos, os vídeos. Ah, vaidades!

Porque afinal de contas, obesidade é uma das mais perversas pandemias. Ao longo da trajetória da humanidade ela mata muito mais do que a covid, as coronaviroses, a sars – cov 2 e outras pandemias que tais (ebola, gripe suína), dengue.  Ter um corpo roliço, estar x, tantos quilos acima do peso ideal, saudável e desejável, não se encerra em mera questão do perfil anatômico tido e havido como belo, apolíneo e atlético. Isto vale sobretudo para os homens jovens, mais também para as mulheres. Não e não. A obesidade vai muitíssimo além disso. Trata-se de uma doença endócrina, inflamatória, com marcantes alterações metabólicas, com um perfil lipídico (colesterol e triglicerídeos) supra desnivelados, com glicose alta ou já em estado de diabetes tipo II e outros chamados marcadores inflamatórios. Além de artrose, desgaste de cartilagens e ligamentos que a carga corporal impõe.

Sobreposto a esses fatores internos e assintomáticos e intrínsecos, invisíveis, mas muito nocivos, invariavelmente todos os obesos trazem um espectro de alterações clínicas que representam potencial para outras doenças. Entre estas, a hipertensão arterial, as doenças cardiovasculares, as doenças de tireoide, as doenças de coronárias (infarto agudo de miocárdio), derrames cerebrais e câncer. Mulheres obesas por exemplo trazem a propensão ou risco aumentado para mais câncer de mama e colo de útero.

No fecho da presente matéria vemos uma legião de clientes e pacientes que buscam, como referido, de forma eventual, ou pelo chamado efeito surto os tratamentos para obesidade, sobretudo para obesidade já com graves limitações estéticas e funcionais, a mórbida, o nome já dá medo e asco.  Constitui aqueles indivíduos cujo perfil é um estilo de vida sedentário, com abuso e orgias nos seus hábitos alimentares e sedentarismo. A pessoa passa a vida inteira com o seu estilo de viver com essas características. De repente por vaidade, ou alerta de algum familiar, alguma limitação física no trabalho, no caminhar, por uma certa discriminação social ou profissional. Acredite, existem empresas que rejeitam contratar os gordinhos e gordões. Porque sabem que sua performance física e risco de adoecer é grande. E eis que então essa criatura em avançado estágio de adiposidade desperta para a vida, a realidade.

 E mais, ela encontra os profissionais que enganosamente fazem o seu desejo, o seu objetivo. Dieta prescrita, suplementos de algumas baboseiras, proteínas disso e daquilo, ômegas e alfas tais, na quantidade e peso tais e outras embromoterapias, suplementos proteicos, nas doses tais. São tabelas de vegetais, carboidratos e carnes. Balancinhas para pesar os alimentos, balança de peso corporal, restrição disso e daquilo. São os tratamentos por surto, por impulso social, profissional, da namorada, da família. De um modelo anatômico e físico imposto pelo marketing de beleza e estética, dos mercados da beleza.

E para concluir, a maioria desses tratamentos de engodo, de nutricionista, de até injeções para emagrecer (ex liraglutida ou victosa ® , mounjaro ® , osempic ® ), de endocrinologista, de academia, de personal trainer; assim como a cirurgia bariátrica; a maioria tem eficácia temporária, tampão. Porque chega um momento em que a pessoa sentirá tédio, uma comichão e desejos de voltar a comer de tudo, aos pratões, em farras e orgias, a la pantagruel, como se o prazer, o regalo, a felicidade estivessem ali, justamente, naquele insalubre, deletério e repimpado estilo de viver e comer. Tudo volta a estaca zero. Nada feito. Quando não, alguns e algumas ganham até mais peso do que antes daquelas eventuais e surtivas condutas adotadas por clientes e profissionais. Estes tais profissionais das engano e embromoterapias, até gostam porque imaginem, se não fossem essas fraquezas humanas, o que seria dos personals, dos nutricionistas e endocrinologistas.

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