ÉTICA FAMILIAR

 Pouca importância se dá e não deveria ser assim, à chamada Ética Familiar. E mesmo o ensinamento da Ética Geral, como diretrizes de todas as relações humanas! Mais realce e destaque deveriam ser dispensados a essas disciplinas. Importantes e construtivas na formação de uma cidadania participativa, solidária, voluntária e fraterna.

Uma classe de pessoas que deveria ser modelo de cidadania, a classe dos indivíduos portadores de necessidades especiais, dentre esses, os esportistas paraolímpicos que tudo fazem contra o estigma social. E para contextualizar explica-se. São aquelas pessoas que apresentam determinados déficits funcionais, cognitivos ou físicos. Como exemplos: síndromes genéticas, sequelas cognitivas ou físicas decorrentes de anomalias congênitas (déficits anatômicos da formação embrionária), doenças orgânicas ou acidentais como os amputados, os déficits motores por acidente vascular cerebral.

A menção a esses grupos de indivíduos, exemplares para pessoas normais, se torna oportuna, diante de tantas pessoas que com saúde de ferro, fortes, robustas, jovens, com oportunidade de estudar, de se tornar cidadãos produtivos, trabalhadores, operosos, independentes e autônomos; esses tais e desqualificados, muitos deles nada fazem. E passam a viver às expensas de parentes, pais, avós, irmãos, arrimos de parentes, de previdência social, de ajuda e auxílio de governos, etc.; etc.;

O que falta a muitos desses tipos familiares e sociais são a educação e a instrução de berço e de escolas formais em Ética Familiar e Geral, nas relações humanas de toda ordem, notadamente com os membros do domicílio, onde é criado e educado (ou mal-educado) o indivíduo.  Como refere a cientista PhD em Nutrologia e Biologia Nutricional dra Vera Facúndia: falta o ensino aos homens e mulheres de pesos e sobrepesos, as preliminares basilares do pudor e da vergonha, ao se alimentar, nos gestos, ritmos, dosimetria e ritos da alimentação. De igual forma e eficácia, por analogia (as falas dessa cientista) as notas, as preleções de ética e cooperação familiar, no trabalho doméstico, nos cuidados mínimos da casa onde vivemos! Comida, higiene, banho diário, cama limpa; tudo enfim, custa dinheiro.

Existe em muitas famílias, não é de agora, mas de sempre, a cultura do coitadismo. Os filhos e filhas que são criados, engordados, tornados adultos. No entanto, faltam a esses o ensino, a instrução, os limites e diretrizes da convivência geral e familiar. Existe em muitos domicílios, o costume de pais que instituem a poupança (pecúlio monetário) para os filhos. De efeito mais perverso, a poupança de esforço, de deveres domésticos, de ajuda nas atividades da casa. Sequer na manutenção do quarto de dormir, do banheiro usado, da limpeza dos utensílios pessoais. Tudo é feito pela mãe ou empregada doméstica (como se cativa, serviçal, servil e escrava fosse).

Uma vez crescidos e adultos esses marmanjos e parrudos filhos e filhas nada fazem para a própria subsistência. E justiça e honestidade sejam admitidas, a culpa é dos pais que assim os criaram, os engordaram e não os instruíram para a vida adulta. Adolescentes eternos, retardatários e mantidos nesse sistema. E esses hábitos e expedientes, esses desprezos pelo custo das coisas, da vida, da manutenção do conforto e da vida, são naturalizados por esses indivíduos. A vida para eles não teve custas, suor, sofrimento, sacrifícios, trabalhos. Há um desprezo pelo custo e valor das coisas.

Esses filhos e filhas, esses indivíduos lembram o personagem Custódio, do conto O Empréstimo, de Machado de Assis. Queiram ler. -“Esse Custódio nascera com a vocação da riqueza, sem a vocação do trabalho. Tinha o instinto das elegâncias, o amor do supérfluo, da boa chira - isto é, das boas comidas, dos tênis de marca, do telefone celular, das boas festas-. Mas, não tinha dinheiro; nem dinheiro, nem aptidão ou pachorra de o ganhar; por outro lado, precisava viver. Ninguém dava essa resposta ao Custódio; davam-lhe dinheiro, um dez, outro cinco, outro vinte mil-réis, e de tais espórtulas é que ele principalmente tirava o albergue e a comida”. Ah Custódio, como você é atual! Onde anda a Ética Familiar, a Ética Geral, as instruções não recebidas de pais, acólitos e sectários! Custódios de outros e de nossos tempos, resultam do costume, da tolerância e educação mambembe e insuficiente de muitos pais e mães. Pais poupadores e filhos poupados! “Oh céus, oh vida, oh azar”- Lipy e Hard.

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