Você é normal ou no limite de saúde mental

Bem comparando, as pessoas podiam ser classificadas, à maneira de certos exames médicos em check-ups de saúde. Basta lembrar que ao se fazer certos exames, existem lá as referências de normalidade. Alguns laboratórios chegam a grifar, sublinhar, destacar, colorir em vermelho ou negrito os exames alterados. Vamos imaginar como modelos um hemograma ou uma lista de substâncias ditas atividade inflamatória. São vários exames, o próprio sistema de leitura, o programa de computador, de patologia clínica, biomedicina vão indicar para as pessoas leigas se os exames são normais ou anormais.

Nesse mesmo espírito e filosofia é que são aplicados os chamados psicotestes. São os exames indicativos do grau de sanidade psíquica, emocional, psiquiátrica da pessoa. É o exemplo de se imaginar se essa pessoa é bem ajustada para o convívio social, corporativo, profissional. São questionários para se ter as balizas do que seja o indivíduo normal, borderline (limítrofe entre doido e normal) e mesmo os indícios de que se trata de uma pessoa com laivos, indícios, sinais e caráter de algum desajuste psíquico, mental e intelectual e adaptativo.

Bom, útil e protetivo seria, se não fosse discriminatório, que todos pudessem passar por esse crivo, essa triagem, essa avaliação. O quão útil seria! E conforme a análise, seria bom até para a pessoa avaliada, o avaliando, o cidadão que se dispusesse a esse escrutínio psíquico, de caráter e comportamental. Porque vai que o sujeito tem alguma psicopatia. Seria profícuo, de utilidade para ele e família. Vai que nessa avaliação surjam os diagnósticos de uma esquizofrenia, de um estado borderline, de uma sociopatia ou condutopatia. O indivíduo vai se tratar. Para tanto existe até o SUS, planos de saúde etc.

Curiosamente e como utilidade pública, como se chegou aos chamados referenciais nos exames bioquímicos por exemplo. Lá vamos nós nas origens das Ciências Médicas. Qual o normal da pulsação do coração, da temperatura corporal, da pressão arterial? Não foi acaso. Na origem, pegaram 100 indivíduos muito saudáveis, e quantificaram esses valores. Como havia algumas variações, estabeleceu-se uma faixa de normalidade. Exemplo, pulso em repouso, de 60 a 100 batimentos por minuto; pressão, de 10/7 até 12/8, etc. Assim, se estabeleceu tabelas para outros exames, índices e marcadores biológicos. Então, pode-se concluir que em saúde existem os indivíduos “mais normais e menos normais”. Imagine uma pressão de 10/7; mais normal que 12/8. E esta é a média ideal.

Tornando aqui ao cerne de nosso artigo, a normalidade das pessoas, se levando os critérios de moralidade, honestidade, sociabilidade, civilidade, fraternidade, etc. Vários poderiam ser os atributos para classificar cada pessoa de normal, com uma faixa de tolerância e os doentes. Tomar-se-iam então, digamos 100 indivíduos com os atributos citados. O quanto o sujeito (ele ou ela) é honesto, moral, social, civilizado, fraterno e solidário. São exemplos de qualidade. Tem-se então os limites. Todavia os muito normais, os normais, os subnormais e os toleráveis. Porque é exatamente essas características que se observam nas pessoas. Vá dizer que um cara falsário, um caloteiro, um folgado financeiro e de promessas não cumpridas, um aproveitador de energias e recursos alheios, um esbulhador, um parasita familiar e estatal etc. Vem-me afirmar que esses tipos e inclassificados sejam normais. Nunca! Eles são, isto sim, toleráveis, controlados e evitados. Mas, normal, normal mesmo! Nunca foram e morrerão como tais. Porque no bojo, na gênese do caráter, da conduta entram duas heranças: o genoma (imodificável) e fundamental a educação de berço: estilo de criação, padrão cultural e moral dos pais, etc. etc.

Posts mais recentes

Puco Pundonor e Sem Pudor

  Em artigo bem singular, porque pouco estudado no Brasil, falou-se no fenômeno da conformação, em uma analogia com a água. Porque ela é a c...