Nossos valores na Sociedade

 O quanto valemos em nossa sociedade? Em nossa sociedade, esta de  agora pós modernidade? Esta, a que Zigmunt Bauman denominou de modernidade líquida e fluida, porque nada mantem o seu valor e a mesma forma. Exato isto a que se referiu o grande filósofo polonês. O quanto valemos, o que somos e qual o preço de cada um? Existe um preço! Vários são os cenários da vida, as esferas sociais, onde quanto as pessoas são cotadas, elas valem por muitos atributos.

 Existem vários! Entretanto e entre tantos valores não é difícil imaginar alguns que a outros suplantam. Alguém, de afogadilho, deve ter pensado: os ativos bancários, a conta bancária repimpada de dinheiro. Não, diria outra pessoa, não só os estofos pecuniários do indivíduo, mas seus atributos profissionais, seu design técnico e cultural, os característicos funcionais e os labores corporativos! Ainda, a imagem, a aparência apolínea ou venusiana! Acertados palpites! Valemos pelo que temos e pelo que parecemos ser! “Ser é ser percebido” (filosofia dos empiristas escoceses).

Zigmunt Bauman, ainda assevera: muitos indivíduos em seus recessos sociais, em seus guetos vivenciais já sabem. Eles sabem que todos trazem as mesmas regras como de mercado. As pessoas são tratadas como mercadorias. Os realities shows mostram essas características; existem uma cláusula e pacto de exclusão. Se não preencher as regras há outras pessoas a preencher os vazios.

Algumas características e consequências da pós modernidade merecem ser estampadas. Muitos consumos (mercadorias, objetos, posses, comidas) a que as pessoas se entregam, elas o fazem não por necessidade, mas, sim, por imagem e pertencimento; elas necessitam mostrar às outras o que são e o que aparentam. As pessoas compram em lojas, vitrines, na internet, joalherias, shoppings como se estivessem em farmácias e lojas de medicamentos antidepressivos e sedativos; há uma ansiedade do consumo e da aparência, imposta pelo sistema. Comprar e ter objetos da moda para aliviar o sofrimento social, dor social. O consumo e aparência funcionam como sedativos, antidepressivos.

Existem ainda outros filões de pessoas nesse cenário pós moderno, e esses sempre existiram, mas segundo Bauman (queira o ler) foram turbinados pela internet e redes antissociais. São os filadores (segundo Aulete), ou surrupiadores dos labores, da boa-fé, dos recursos, das energias e amabilidade de terceiros. No Brasil, em Goiás e outros recantos são chamados de caloteiros, mercadores da confiança de outros, os folgados, os expansivos, os exploradores, os inadimplentes, os mansos, entre outros gentílicos e onomásticos. Esses tais e quais indivíduos filam empréstimos, dinheiros e bens de pessoas mais frágeis e próximas, prometidas de receber; e neca de pitibiribas. Porque eles precisam de estética, conforto, fazer face a algum bem pessoal, e explora quem os possa! São os grupelhos de golpistas do Estado, de órgãos públicos e privados, e sugadores de pessoas à sua volta

E para quadrar tão rútila e rubefaciente matéria, de nossa existência que parece sequer visar uma essência. Pessoas sequer sabem o que seja isto! Há gentes e gentalhas, nuas ou cobertas de toalhas que como prosperam sobre tantas migalhas. São tantas futilidades e nulidades que não cabem no papel a deslindá-las. Elas se materializam e consubstanciam o que seja nossa era; também dita digital. Quantas e quantas platitudes, anfractuosidades e veleidades, ninharias e burundangas se transformaram em cangas de pessoas, madames e dondocas, jovens e guapas senhoras, que nada tendo o que construir, vão se enredando pelos digitais e sociais; sem nada produzir e disso aduzir que não passa de gente sem nenhum luzir. A quantas andam essas? olhem aos seus redores. Rores de gente. São nossos entornos e retornos sociais. Eterno retorno. Arre! Vade retro!

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