Cada vez mais, à medida que observamos, refletimos e analisamos certos comportamentos, temos a convicção de como o modelo educacional do indivíduo, iniciado obviamente na casa paterna ou materna, de como o tipo (disciplinar ou não) de toda a construção da pessoa determinará o que ela será no futuro. Porque a construção do indivíduo se dá desde a vida intrauterina, perpassa por toda a infância, e não termina. A perfectibilidade do homem é infinita. Esse é um dos princípios mais importantes na formação do cidadão, esse indivíduo, de que se espera seja um adulto não somente existente no mundo. Mas, e sobretudo um sujeito na busca incessante como participe e construtor de si mesmo, outras pessoas, do meio ambiente, um sujeito útil e utilitário para si próprio, para a família e outras pessoas que por uma razão qualquer possam dele necessitar para viver.
Esse deve ser o
maior objetivo de qualquer pessoa, ser um fim (significado) em si mesmo e para
o meio social, a família, a comunidade e mesmo a nação onde estiver inserida.
Nas palavras do filósofo existencialista Paul Sartre: “a existência precede a
essência”. Em outras palavras, o ideal e significante é o indivíduo ter sido
originado de um pai ou de uma mãe e eventuais monitores, tutores, responsáveis
e educadores imbuídos e movidos dessa ambição, dessa missão, criar um cidadão
no sentido amplo, solidário, participativo, com autonomia e autossuficiência.
Ou seja, apto e preparado em prover, ao menos, a própria existência e
sobrevivência dignas. Se além desse primeiro fim a pessoa se tornar capaz de ir
além da existência, tanto mais nobre, louvável e exemplar.
O filósofo Aristóteles deixou bem cravado e gravado em seus escritos e
tratados que o homem é um animal social e político. Um animal que não vive só e não prescinde de outros na sua jornada nesse planeta. Social de viver em grupo, mas
participativo, produtivo e solidário, e não esbulhador, sugador, parasita.
Político e civilizado, de ser cidadão, de viver na polis (civilitá,
civilizado). O grande filósofo disse mais: um animal defectivo e perfectível. A Ética de Aristóteles é uma
ética de PERFECTIBILIDADE, que propugna um caminho para o homem “se fazer” com
orientação à vida boa, aquela com posse da FELICIDADE, distinta, a sua vez, do
“mero gozo de prazeres”.
A ética conforme proposta por Aristóteles
influencia até hoje os estudos psicológicos, filosóficos e teológicos de
diversas tradições religiosas. Não há qualquer exagero em afirmar que é
imprescindível seu conhecimento para qualquer pessoa interessada em crescimento
não apenas intelectual, mas também para proveito vivencial prático imediato
para a consecução da “vida boa”.
Como
conclusão, pelo que assistimos, observamos o quanto tais e quais famílias foram
permissivas; a permissividade em lugar da perfectibilidade, na teoria de
Aristóteles; a liberação comportamental em lugar de disciplina e educação. E
assim, temos indivíduos, pessoas irresponsáveis, folgadas, esbulhadoras e
sugadoras de energia, recursos e suporte de terceiros, de parentes, do Estado,
parasitas e infratores sociais e familiares. E então, vê-se a prática, a
realidade desses estilos de vida (estroinas e esbulhadores),a prática repetindo
a teoria e princípios dos grandes pensadores, de Sociologia e até pura
psiquiatria. Sociomaníacos, condutopatas, e outros patas.