REDES ANTISSOCIAIS- BG
Para esta
breve consideração do que seja o gênero humano. Lembremos que somos animais.
Todavia, superiores, dotados de uma inteligência singular porque portamos um
pensamento abstrato, a consciência plena de nossa inserção no mundo e da nossa
finitude, de raciocínio lógico. Lógico de logos, inteligência, ciência e
conhecimento. Racionalidade: ou seja, dotados que fomos da capacidade de
organizar, de previsibilidade, da distinção do bem e do mal, do que devemos e
não devemos fazer, conforme as convenções, educação, treinamento e formação
técnica e intelectual da sociedade onde vivemos e relacionamos. Ou seja, nós,
humanos, não somos animais quaisquer.
E este é
o grande diferencial que nos faz distintos e superiores aos outros animais e
vegetais. Nunca é demais recordar. Qual o desígnio único dos irracionais?
Procriar, sobreviver e perpetuar a espécie e continuidade dos genes. Assim, o
faz um cãozinho, um gato, uma cadelinha, um cavalinho, um macaquinho. Comer,
crescer, procriar, ter filhotes e os proteger enquanto frágeis e enxotá-los
para continuar o determinismo da espécie.
Para mais
consistência de consideração da construção humana, busquemos dois filósofos de
nossa recente História. Jean Paul Sartre, do existencialismo: “A existência
precede a essência”. Significa o que? Que devemos ir além do que fazem os
animais, nascer, se tornar adulto e significar alguma coisa para si e para o
meio social, a família, o entorno da pessoa. Nietzsche, do eterno retorno:
“quantas não são as pessoas, que passam a vida na mesmice, no reco-reco, no
patati, patatá. Não vão além do simples existir.
A análise
do comportamento social de grandes rebanhos de gente, nos leva a extrair as
tendências. Para tal conclusão, dispomos da Internet, das redes antissociais e
dos smartphones. “Dize-me o que tanto olha na sua telinha do celular, e eu te
direi quem és, qual o seu cabedal cultural, intelectual e cognitivo”. Palavras
de um grande sociólogo atual.
Que
proveito, que engrandecimento, que ganho intelectual, que qualificativos de
cidadania e civilizacional ganha uma pessoa, uma mulher que passa o dia todo,
dia e noite, dependente de um celular. O que será que atrai tanto um homem
jovem ou mulher a ficar debruçada, encurvada, cabisbaixa, fixada na tela de um
celular? A tantas curtições de redes sociais, a notificações, a vídeos, a
mensagens, a futilidades, a receitas disso e daquilo, à melhor plástica, aos
melhores pratos, aos remédios para tudo, às dicas de futilidade, de até como
contornar os cios dos pets, aos melhores adereços dos bichos, aos efeitos
estéticos e místicos das tatuagens. Isto é o que vem caracterizando grandes
levas de pessoas, nesta tão decantada e aclamada era digital, de tanta gente
boçal. Só isso. Redes antissociais: Instagram, facebook.