A ORIGEM DAS PLÁSTICAS E
TATUAGENS
João
Joaquim
Não foi sem razão, assim consentem muitos e tantos cientistas de Humanidades, sociólogos e neurolinquistas. Consentem no que? O que dizem esses estudiosos e seus respectivos trabalhos sociais e antropológicos? O bicho humano é um animal de rebanho. Significa que levas e multidões de pessoas, homens, mulheres, jovens, letrados, muito letrados e pouco letrados; indistintamente, seguem alguém, seguem uma tendência tida e proposta como a bola da vez, a escolha do momento, o apetrecho a ser comprado, a amizade a se manter, as relações afetivas a se cultivar.
Nesse
cenário e natureza basta tomar alguns exemplos para nos convencer desse
comportamento e aceitação passiva das pessoas; elas engolem goelas abaixo sem
crítica e sem consciência. Propagandas, marketing, divulgação de alguma
novidade. Alguém, algum sistema, algum algoritmo devem dar a partida, e a
maioria tem o tutorial do que fazer, do que comprar, de como agir e comportar.
Dois exemplos bem encontradiços e universais:
o gosto e
atrativo das cirurgias plásticas. Alguém, em certo dia ou precisou ou alimentou
sua vaidade com uma cirurgia reparadora ou estética. Foi o ponto de partida,
milhares de pessoas passaram a desejar e submeter às mudanças de anatomia e
até, acreditem, da fisiologia e de sexo. Tem até nome técnico redesignação
sexual. Havia um desígnio original, a pessoa resolveu mudar.
E
atenção, as estatísticas das plásticas, estéticas e reparadoras não são maiores
porque o custo é elevado. Porque há o risco de complicações e até morrer não é impedimento para a vaidade. Para
satisfação da vaidade vale tudo, inclusive morrer de vez em quando com
profissionais imperitos e sem qualificação.
Outro
modelo bem cristalino e robusto do efeito rebanho, do faz aí que eu também faço
de cá. O expediente e gosto das tatuagens. A prática da tatoo, iniciou ao que
parece no Taiti, essa ilha do pacífico. Algum nativo tinha uma tatuagem, veio
um astro e galã de Hollywood e copiou. Pronto! Bastou, vários outros copistas e
arrebanhados adotaram as pinturas da pele. E o hábito, o gosto, os adereços
tintoriais da pele espalharam mundo a fora. Compare as fotos, os filmes dos
anos 1980 e de agora. Quantos eram os tatuados e agora. A coisa foi sendo tão
copiada e imitada que até os negros, pretos e pardos deram um jeito de tatuar o
corpo.
Nenhum
exemplo é mais consistente e convincente da natureza arrebanhada das pessoas do
que a Internet e todas as tecnologias dela derivadas e dela congênere. São os
casos das redes sociais, dos aplicativos, dos chats, dos jogos eletrônicos e
virtuais. Contam os bastidores da Internet que ela foi concebida pela Nasa para
servir às forças armadas americanas. Os EEUU resolveram tornar a invenção de
uso popular. Vieram então os empresários, os tecnólogos, os mercadores e
pensaram em como escravizar, conquistar a adesão irrestrita e maciça aos
serviços, entretenimento, lazer, frivolidades e futilidades dessas tecnologias.
Fofoqueiros, difamadores não querem regras.
Foi o
mesmo que se deu com o telefone celular. O que se tem de concreto e funcional é
que as crianças, adolescentes e jovens não usam os smartphones como celular.
Usam-no como o fazem com um notebook, um tablet, um ipad. Ele é um objeto para
se manter conectado ao mundo virtual, às redes sociais, a tudo quanto é inútil,
nocivo e fútil. Pouco de útil os jovens tiram de aparelho de “celular”.
Nunca na
História da humanidade, uma ideia, uma criação, uma invenção, uma tecnologia
obtiveram tanta adesão como as da informação, de mídias e as redes sociais. É a
quintessência da eficácia em se tratando de tornar as pessoas adictas e
dependentes de um objeto, um recurso; como se tornaram as mídias, os objetos de
informática e games. Por isso sorriem, brindam e festejam todos os dias, todos
os inventores, os industriais, os empresários, provedores e mercadores da
Internet. Como de resto o comércio de todos os aparelhos, quase descartáveis,
porque há um engodo do mais novo e mais atrativo, como o são os aparelhos de
celulares e mídias digitais. O resultado é que as pessoas se transformaram e
trazem os celulares não nas bolsas, sacolas e bolsos, mas como extensão
corporal, sempre grudado nas mãos. Todos devem e são adestrados para o
permanente estado online; uma legião de escravizados e imbecilizados. Arre! Que
horror! Vamos ler o livro “A Fábrica de Cretinos Digitais”, de Michel Desmurget
(Instituto de Ciências da França).