ética vacacional

  ÉTICA VOCACIONAL E COERCITIVA

João Joaquim  


Quando se fala em honestidade, em ética, em conduta humana, duas são as naturezas desses estados ou atributos que caracterizam o indivíduo: a honestidade por vocação e a honestidade por coerção. E delas fala este sumário artigo. Como preâmbulo, há de se destacar ainda que ao nascimento, a criança se classifica como um sujeito aético, amoral. Explica-se para melhor compreensão: uma criança, mesmo ali pelos seus 10 anos de idade é tida e caracterizada por uma absoluta insciência do que seja ético ou honesto, moral e amoral. É a inaptidão integral do que seja honestidade. Ou Moral e Ética. Simples, assim!

Honestidade e justiça, segundo nos ensina Platão, em sua magnifica obra A República, guardam semelhança. Grosso modo, o que diz o conceito platônico de justiça? Justiça é atribuir a cada pessoa o que lhe é de dever e direito, nem de mais nem de menos; é dar a cada pessoa o que lhe pertence, seja em crédito, seja em dívida.

Nessa perspectiva e visão é que se deve encampar e caracterizar o que seja um sujeito honesto e cumpridor de seus deveres. Em todas as suas ações, em suas relações sociais, ou institucionais, públicas, privadas ou parentais. Nessa consideração basta imaginar a honestidade institucional e a honestidade pessoal. Os exemplos esclarecem. Um cidadão toma de empréstimo certo valor em espécie em um banco. Para essa transação, a instituição vai exigir provas ou comprovantes de patrimônio em nome do beneficiário do empréstimo, dois fiadores, tempo para pagamento etc,

Findo o prazo de empréstimo, corrigido o valor com juros e taxa Selic (correção monetária), se a dívida não for paga o devedor enfrentará um processo na Justiça, podendo ter bens penhorados, com agravamento e incremento da dívida. Ciente dessas cláusulas de contrato, o devedor vai pagar sua dívida em dia, antes do processo. Tem-se aqui, duas hipóteses, paga-se por que é honesto por vocação, ou de fato honesto. Ou paga-se por honestidade da coerção, pelo medo e temor da punição, pela negligência e inflação contratual.

Na honestidade pessoal, é que melhor fica caracterizada a honestidade por vocação. A mesma situação, o mesmo empréstimo. O indivíduo honesto vocacional, toma certo valor de empréstimo, e de forma apalavrada, quita, devolve aquele valor corrigido, conforme o pactuado, tenha havido um contrato formal ou não. É o que se chama caráter rígido de conduta, sua marca pessoal.

Quando o indivíduo (fala-se dos dois gêneros) é um sujeito (ou sujeita) desonesto, folgazão, caloteiro, aproveitador, explorador, inadimplente; essa pessoa tem preferência em fazer negócios com pessoa física e não jurídica, com parentes e não estranhos, com mulheres (mais meigas e tolerantes) e não homens. Porque existem nas famílias, os ditos parentes bonzinhos e amigos, educados e mais rígidos e sistemáticos. É nesse contexto, e nessas circunstâncias, que se revelam os honestos por vocação e os honestos por coerção. Honestidade à prova, de cumprimento ou não de falas e palavras promissórias. Eis a questão! E então leitor e leitora, você, qual honestidade porta? Vocacional ou coercitiva? São duas éticas.

 

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