no brasil é assim...

 NO BRASIL É ASSIM QUE FUNCIONA

João Joaquim  

 

Dias desses, e esse dia pode ser atemporal e simbólico. Eu assistia a uma entrevista frutífera, pertinente e esclarecedora. Era um senador, com uma atuação destacada no parlamento, combativo, cáustico contra os desmandos como deve ser sempre um parlamentar que pensa no país, na democracia, no bem do povo, nas muambas e negociatas que se celebram nos bastidores e porões dos palácios em nome da chamada governabilidade. Já eu falo o conteúdo da entrevista.

Porque no Brasil é desse formato que se governa. Para quem não é tanto aficionado em Política (a arte de administrar e gerenciar as funções e bens públicos). Então, começa com esta definição. Quem é o governante que genuinamente governa, administra e dirige os interesses do Estado, pensando maciçamente na Nação, em servir ao povo, aos eleitores que nele votaram ou no adversário? Quem?  Enfim, o agente público que pensa nos mais desvalidos e menos assistido, acima de tudo? Poucos, muito poucos!

Vamos então falar franca e claramente como se dá a chamada governabilidade. O presidente (chefe do Executivo) tem um plano, uma ideia de uma obra, um investimento, uma escola, um hospital, uma política voltada ao bem-estar social de todos, ou de alguma comunidade mais carente e premente dessa atuação. Uma hipótese aqui posta. Ele envia o projeto para câmara que deve votar e aprovar o projeto. Eis que então, lá na câmara estão os adversários e inimigos de plantão. Esses tais então votam contra o projeto de ação social.

O que em seguida faz o presidente? E faz porque se vê obrigado. Há um jogo de aprova o meu projeto aí (na câmara) que lhe libero uma verba para seu projeto de sua região. Seus correligionários e eleitores, parentes, amigos e aderentes. Esses apoiadores que o elegeram. Aqui no Brasil é assim que as coisas andam, a quantas andam e funcionam. Se assim não for feito não há governabilidade. Go-ver-na-bi-li-da-de. E aqui se fala numa relação um pouco mais civilizada e menos podre, menos corruptível. Porque conforme a natureza dos conchavos podem rolar algum adjutório oficioso, no popular uma boa propina.

A entrevista referida no pórtico deste texto. Falava então o senador a respeito de indivíduos habituados ao ilícito, ao malfeito, ao contraproducente, ao indecente, ao desviante de caráter e conduta. Ou no popular, ao fraudador, ao corrupto, ao mutreteiro, ao falacioso, ao mentiroso, ao corretor de fake News, ao charlatão. E esse ativo e respeitado parlamentar foi direto, franco, sem evasivas e peremptório. Seu parecer é o de que esse tipo de gente e caráter não tem recuperação. Ato contínuo, o roubar, o fraudar, o subornar e mentir fazem parte de seu cerne e sua estrutura interna. Corrompido foi criado, formado e instruído e assim morrerá. Ah, e sem cura.

E assim, são os estratos sociais das deformações da Ética e do caráter. Temos, se bem filtrados e cotejados as várias nuanças de gente. Os frívolos, os imbecis, os inúteis, os fofoqueiros, os aproveitadores, os folgados da família, dos condomínios, dos contatos sociais, os trambiqueiros de todos os entornos vivenciais. A orientação? Cautela com esses tais e quais. Porque eles ficam à espreita, à sorrelfa. E para bocadas certeiras, estão sempre prontos. Caloteiros!

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