Saponáceas e Cucurbitáceas

 A missão de quem pensa e expressa o que pensa é transmitir o produto de seus pensamentos àqueles (as) que buscam essas produções. Muitas são as pessoas que buscam se informar, e se formar em suas ideias, suas concepções de vida. Eu, o aqui modesto escriba, um noviço catecúmeno na tarefa ( ou arte ) de escrevinhar tenho esse diletante oficio, o de ler bons autores, grandes pensadores, luminares da literatura nacional e de outras plagas, e fazer alguma resenha, algum comentário que possa adicionar, ou agregar chispas, nesgas, excertos de sabedoria a quem me lê, me acha útil.

 Andava eu lendo alguns pensamentos, expressões, ideias de alguns desses baluartes do pensamento. Paulo Freire, Donald Winnicot, Jean Piaget, Foucault, Sartre, Camus. Como é saudável, construtivo, enriquecedor, ouvir, ler, entender as mensagens, a interpretação da vida, da biologia, do nosso estar no mundo lendo, relendo, haurindo as expressões luminosas desses humanistas e educadores.

Algumas chispas e críticas desses magníficos e lendários humanistas. A estadia no mundo das pessoas. Quantas pessoas passam as suas vidas na absoluta superficialidade, nas suas truanices, arrotando platitudes e outras cucurbitáceas e saponáceas, para não ser impolido, e politicamente correto. Porque vivemos tempos tão esdrúxulos e balofos que se tornou perigoso o termo empregado pra melhor qualificar essa ou aquela maneira de cada um tocar a vida. Como vivemos de platitudes e anfractuosidades, e tudo vai ganhando ares, enleios e burilar de naturalização.

 

Observe por exemplo o quanto há de gente, gentalha e caterva de pessoas que nasceram, foram engordados, criados, educados ao estilo mambembe e adultificados; entram em alguma escola, faculdade, receberam um diploma e pronto. Numa espécie de fideicomisso e legatários de duas heranças bem distintas: uma, a hereditária social; outra do estroma genômico. Sentenças pétreas, diria nossa Constituição. Indelével.

 

São gentes e catervas, súcias de indivíduos que plasmaram no córtex cerebral e cerebelar, hipotálamo e hipocampo as diretrizes de servidão alheia. Há esse tipo: ser servido. Com ou sem ágio. Os que seguem as diretrizes de Gerson, vantagem, revinditas. Venham a mim a vossa energia e vossos ativos. E eu lhe escamoteio e dissimulo quando melhor e do modo que me aprouver. Que prazer. Até logo.

Como escolher em Ser ágil e Ser Ágio, agiota, de explorar as aperturas, as agruras e pecúnias de outrem. Mas esse tipificado indivíduo está bem aqui, ali e acolá. Acautelem-se.

Agora, pensa naquela fortuna. Sabe-se que a fortuna não se refere a riqueza, ventura, bons ares. Deusa da fortuna e roda da fortuna: um dia em cima, outro em baixo e vai a humanidade, em sua humana lida. Sou humano e nada que é humano me é alheiro, prolatou um dia o poeta romano, Terêncio.

Em se falando de fortuna, sorte ou azar, ou alvissaras e promissórios. Ao que parece, atentemos nesta, onomástica tem bastante a lobrigar e entreluzir. Há gente que tem fortuna, Sina. Pode ser difícil a boa sina, pode e ela existe, raridade; mas tá aí. Enfim, são os saberes e sabores da existência. Aquela que nunca chega a alguma essência. É como pudim, que às vezes sabe a brigadeiro, conforme os confeitos da panificação industrial. Oh, gente! Quanto penúria.

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