Na Esbórnia e por fim...

 

Quando as pessoas bem pensantes, utilitárias do córtex cerebral e da substância cinzenta se põem a refletir sobre a própria existência, muitas são as dúvidas, interrogações e intrigantes pensamentos e inconclusivos encontros dessas reflexões.

 “Parece-lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. Não esperará muito, pode ser que oito dias, se não for menos; estou desenganado. Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras coisas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida” – De o conto, O Enfermeiro, de Machado de Assis.

Nessa continuação, façamos aqui algumas reflexões sobre saúde, qualidade de vida que encerra saúde, sobre a própria vida em si, sobre nossa condição humana, nossa condição e predicados de um animal pensante, superior aos demais bichos e seres desse Planeta. Porque aqui trata-se do que podemos chamar neste pensar e refletir da condição humana, do compartilhamento de responsabilidades, de fraternidade, de generosidade. E no contexto dessas virtudes e práticas de convivência, meditar sobre o que posso fazer na evolução de mim mesmo, de meus descendentes, de meus filhas e filhos, de quem enfim, eu tenho um compromisso de educar, de criar com valores éticos, sociais, sociais e consciência de que esse mundo é um cenário onde temos direitos. Pacifico e consensual. Entretanto, uma sociedade de deveres e divisão de tarefas para uma existência digna e solidária.

Assistimos à muitas famílias, à nossa volta, em que mais há espíritos de porco do que espíritos de corpo (corporativo, cooperativo, solidário). Na seguinte atmosfera: o primeiro enorme e nocivo modelo, o exemplo. Quantos não são os chefes e pais de família, que resultantes do modelo de criação, ao jeito mambembe e canhestro de ser, foram criados sem limites, com mimos, protetivos. E dessa forma esses pais, que nunca portaram qualificativos de serem sequer chefes de catervas e maltas, quanto lá de família. Enfim, criados e educados baldo ao naipe, como se diz no jargão inerente, sequer aptos a oficio de algibebe.

E nessa decadência social, ética e moral, os dois, lançaram a esse vale de lágrimas os seus descendentes, acumpliciados com o indivíduo cônjuge, sem qualificativos.  Porque também aceitou viver nesse conúbio, nesse conluio (com, jugio, com cangas). Assim, foi se aditando esses atributos, nada contributivos ao primacial desiderato humano, da evolução do bem, da condição humana.

Resultados dessas reflexões e racionalismo ético e responsável. Em expressões inteligíveis e sensíveis. Perseveram modelos de homens assim: quando no esplendor de suas energias mentais e orgânicas, eles se entregaram a que? A esbórnia, ao estilo estroina e pantagruélico e gargantuano de socializar.  Libações espíritas, etílicas, orgias à base de batatas, vaca, galinhas e porcos. Massa bruta, arroz, angu, milhos, farináceos, gorduras, óleos, assados, frituras. E somados a isso o absoluto abandono dos deveres educativos e morais com os descendentes. E foi, e foi, e foi, e foi se entregando a esses prazeres dos instintos digestórios e etílicos.

Que kit resultou da lista? Senectude, fragilidade fisiológica, doenças, sequelas, dependência absoluta de tudo, uma vida inútil, uma existência e estado vegetativo. Uma existência além de vazia, nociva! E alguém que agora desse pândega e de esbórnia e irresponsável terá que tudo fazer para lhe prolongar a vida. Vazia, de trambolho, de escroque que foi, de desabusado e mequetrefe sujeito. Triste, não?

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