Assim profetizou o oráculo, assim sentenciou a sibila quando consultada por certa jovem que buscou saber qual seria seu futuro profissional, o seu modelo de atividade a ser especializada. E então veio o veredicto. Prolatou a infalível previsão: “dize-me o que fazem os teus pais, que lições eles passam aos filhos desde as primícias da vida? o que eles professam em saber e conhecimento, qual é o cabedal, as balizas culturais de vossos genitores? e eu dir-te-ei o que serás na vida e no modus operandi, em que tipo de humano te darás na vida!”
Conselhos filosóficos de lado,
mas não menos desprezível em se tratando de construção de uma pessoa como um
indivíduo laboral, profissional, produtivo e apto à provisão de si mesmo, a
cuidar dos próprios destinos, civil, material e orçamentalmente. Há que
assentir e concordar com toda a sentença proposta pelo oráculo consultado.
Assim, também referem em uníssono outros estudiosos humanos: sociólogos,
psicopedagogos, educadores. A exceção de casos patológicos e sindrômicos,
todos, rigidamente, todos os humanos nascem bons e com o mesmo potencial
cognitivo; as famílias, os atributos escolares, educacionais e culturais e
intelectuais dos pais ou tutores e cuidadores é que serão os determinantes na
educação, nos qualificativos éticos, culturais e profissionais da pessoa. E
encerra-se aqui tal questão de longe bem pacificada.
Quanto se olha, pelas
estatísticas, muitos são os filhos que estudam, passam pelos ciclos iniciais de
escolas do ensino fundamental e médio, e vão mentalizando “o que serão na
vida”. Expressão muito popular ainda hoje: “o que o jovem vai ser na vida”. Porque
muitos, verdade bem cristalina seja dita, dão em nada, a depender das regras e
orientações éticas, morais e culturais que recebem da família. Não há que fugir
a esse determinismo.
Como referido, muitos são os
filhos e filhas, que ali pelo meio do ensino médio (ou 2º grau) firmam essa
escolha. E essa decisão guarda muito do que são os pais, muitas vezes como
simples modelos aos filhos, e entram simultaneamente o estímulo e diretrizes
desses pais, sobre as escolhas culturais e profissionais que fizeram quando
também eram jovens. Em geral como uma tradição hereditária cultural e social. É
a regra marcante e fortemente determinante no caráter, na formação ética, moral
e profissional da pessoa. “Cada pessoa é o corolário cultural, intelectual e
profissional das pais ou tutores educativos”. Poucos fogem a esse destino. É
impossível filhotes de coruja se fazerem em águias.
Não é incomum e difícil
depararmos jovens e jovens que entram numa faculdade, formam em alguma
profissão e lá pelo meio ou final do curso se descobrem não ter o chamado dom
ou vocação para aquela profissão. Os exemplos vicejam por ai. Veterinária,
engenharia, direito, medicina. Administração! Esta formação então se tornou uma
coringa entre as formações, que muitos fazem e nunca vão trabalhar como
administradores. Muitos estudantes concluem o curso com o objetivo puro e
simples de concluir um curso de 3º grau, curso superior!
O Brasil, dado que pós
pandemia covid 19, vimos deteriorando nosso cabedal educacional, cultural e
intelectual, o Brasil, vem sendo esse modelo de educação e formação
universitária. Moças e moços que egressos do ensino médio não sabem o que
fazer. Porque também, vimos cada vez mais sendo “venezuelanizados e
africanizados” em economia, em poder aquisitivo e profissional. Como dizem as
Ciências Humanas e a filosofia dos oráculos e sibilinas, não se pode querer que
de uma família de tabaréus, tigrões e sibaritas saiam bons doutores e
profissionais vocacionados aos ofícios que escolheram. Muitos desses filhos e
filhas vão dar em nada na vida. E ponto pacificado. É só ficar mais atento e
analíticos com os contatos humanos dos entornos familiares e de amigos.