Com efeito e para todos os efeitos e defeitos temos as festas tradicionais. Algumas até com símbolos sagrados. Natal, semana santa, páscoa. Natal e ano novo então se consagram como aqueles átimos de nossas vidas e dos encontros sociais familiares onde as pessoas se revelam no que elas guardam nos seus recônditos e escaninhos arquivos de ética, de civilidade, de moral, de convívio intersocial, seja este convívio dos mais proximais ou distais.
O que se há de certo e inserto nesses encontros pessoais é a natureza ou personalidade humana; atributo este tanto falado, tão popular, mas que poucas pessoas (a depender do grau instrucional) sabem de sua constituição, a personalidade . Assim o proferiu Sigmund Freud, assim também teorizou Carl Jung. Não há tempos e momentos mais propícios para se aquilatar, se mensurar, se interpretar a psique, os atributos sociais, o cabedal moral e ético, a constituição de civilidade e valorativa de cada conviva e comensal. Conviva e comensal, no intuito de um tratamento politicamente polido e respeitoso.
Enfim, com exemplos e citações ficam mais claros e compreendidos os tipos sociais, revelados nessas celebrações. Percebem muitos observadores, os que veem os movimentos e energias postas nesses encontros com um escrutínio mais crítico e racional, o quão os participantes, de forma grátis, se revelam. Uma motivação de tanta energia da chamada ceia de Natal: o valor e significado que muitos comensais dão aos instintos do comer e beber. Nada além disto.
Em um senso massivamente hedonista todos se refestelam, se repimpam de carnes, perus, leitoas, chocolates, cervejas, Coca-Cola, doces e manjares. É a satisfação exacerbada dos desejos, os prazeres digestórios acima de qualquer outro objetivo; e depois, o sofrimento; três dias de ressaca e enxaqueca. São os prazeres pelos simples prazeres, como substância de toda felicidade humana. Arre! Epicuristas do baixo clero, credo em cruz! O prazer, depois o sofrer.
Da análise da constituição de civilidade, da personalidade e caráter dos convivas e comensais. Como modelo: o momento e espaço de análise, o Natal (a data) e Ceia de passagem (Natal/Ano Novo). Por tradição festas de símbolos sagrados. Algumas pessoas sabem por acaso das origens dessas celebrações? Esparsos indivíduos. O que se vê em alguns sujeitos presentes, são os espíritos subterrâneos, pérfidos, sevandijas e de corrilhos. São expressões de magias e construtivas para alguns (reais, legítimos, sinceros); para outros: orgias, libações, empachamentos prandiais e hipocrisias. Nada além da caracterológica revelação, como um laboratório experimental, a céu aberto e grátis, desses tipos humanos. “Humanos somos e nada fora das balizas humanas é animal” - Felini Feltro.