PAIS INAPTOS

 Todos aqueles e aquelas que se consideram formadores de opinião, portam uma enorme responsabilidade pelo que expressam com os seus leitores. Como finalidade, esses pareceristas ou peritos da informação levam suas ideias, suas declarações e comentários com fundamentos em fontes confiáveis, em referências de especialistas, em Ciências e estatísticas. Assim escrevem e opinam os jornalistas bem qualificados, os escritores de todos os gêneros, profissionais de vários ramos do saber, sociólogos, filósofos e professores.

O que importa é emitir e publicar qualquer artigo com fundamentos e fontes, em teses e argumentos convincentes no esclarecimento das pessoas.

Nesta digressão, é pretensão maior e única tecer observações e notas sobre o caráter e a índole humana. Pessoas existem que por uma deformação moral e de conduta são inaptas em administrar seus conflitos, suas desavenças por elas mesmas engendradas.

Aliás, corrige-se a tempo a frase anterior. Porque muitas e milhares de vezes, essas gentes que destoam do padrão de convivência não têm tanta culpa sozinhas. Muitas dessas encerram uma herança ou maldição (carma) familiar. A pessoa é o reflexo, a soma e dividendos da família onde foi gerada. Geração, às vezes, já iniciada errada porque não houve planejamento antes da concepção. O que iniciou errado, traz o risco de errado ficar para sempre. Cada um traz esse signo, essa sina rara ou fortuna, boa ou má, mas fortuna, de toda a bagagem familiar. Trata-se de uma herança social, familiar, inelutável e inexpugnável. Como fugir a esse destino? Impossível.

Assim se faz toda a humanidade, assim, se constroem as pessoas, nesse processo ativo, de alta responsabilidade. “Ab ovo”, a pessoa não se faz. Ela é feita, é construída, moldada, formatada pela família. Enquanto incapaz e sem autonomia em gerir e dirigir sua vida, ela está sob controle e influência da família. As próprias palavras dizem por si sobre esses períodos de formação do ser humano. Infância, período em que a pessoa não tem voz, que não fala, sem autonomia. Criança, um ser em criação, em crescimento. Em consequência se proclama enfaticamente: a família é a primeira e decisiva escola na construção da pessoa. Criar + amadurecer + formar + instruir + educar. Muitas são as famílias que apenas criam e amadurecem (engorda) os seus filhos. As etapas mais significantes são negligenciadas.

Todos os estudiosos sobre o desenvolvimento e formação da pessoa humana, antropólogos, sociólogos, psicólogos e educadores são uníssonos nessas questões. As Ciências, os ensaios psicopedagógicos e sociais chegam às mesmas conclusões e verdades. E contra as Ciências e estudos bem conduzidos nada se pode opor e contestar.

E para fecho e ilustração de matéria, temos sempre a sociedade, as famílias como microcosmo social para nos servir de laboratório de observação e exemplos. É muito cediço e frequente depararmos com indivíduos que refletem em suas atitudes e comportamento a educação que eles receberam como herança. São pais e mães que replicam aos filhos aquilo que foram os seus ascendentes na educação. Reflexos do que receberam como herança social, familiar, cultura, instrução, ética, princípios morais.

Nosso entorno social, vindos da própria família ou vizinhança, nos apresentam indivíduos que são lídimos sacripantas e escroques em se falando de caráter e conduta moral e social. muitos desses trazem outras características, eles envolvem outras pessoas de seus vínculos sociais ou familiares em sua vida atrapalhada, sinistra e sem rumos. Basta que cada um olhe à sua volta, no íntimo de sua família. Lá vão sempre surgir esses desvairados e infestantes indivíduos. Arre! Afaste-se de mim caipora!

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