Alimentação na terceira idade

 Quando o tema é nutrição e alimentação, surge   uma questão por vezes esquecida e negligenciada: a alimentação conforme a idade das pessoas. A ingestão alimentar deve ser proporcional ao gasto energético da pessoa alimentante. Basta imaginar e fazer uma analogia com uma balança antiga de dois pratos. Em um o consumo de energia conforme a atuação laboral e de atividade física, no outro prato o quanto vai-se repor daquele gasto durante o dia. Dois itens básicos: gasto energético/ingestão de calorias.

As redes sociais e aplicativos de entretenimento estão repletos de apelos às comidas coloridas, apetitosas (excitantes do apetite), exóticas e da moda. São imagens, sons, cheiros, cores que pelo simples visual inebriam e excitam os clientes ao consumo. Pelo simples consumo e fazer parte da tribo consumerista de bons garfos, copos e facas. Temos assim os derivados da indústria e do mercado consumista e gastronômico. Todas as estratégias desse comércio, dessas ofertas exploram essa fraqueza, esse vício, essa fixação e centralidade de muitas pessoas: qual seja, o prazer orgástico, palatável, a satisfação pura e absoluta do sensorial digestivo. NÃO basta comer, há de empanturrar! E quantas doenças e morte se dão por essa insanidade de comer!

Os rodízios, os restaurantes, as praças de alimentação funcionam para esses rebanhos de pessoas adictas e prazenteiras do comer e beber (pelo simples gesto do prazer); esses cenários funcionam como sessões terapêuticas, como ansiolíticos, sedativos e lenitivos para as costumeiras e repetidas dores da alma, da existência, e do corpo.  

Sem delongas, falemos de forma prática sobre a dieta do indivíduo idoso, ou nem tanto idoso, mas aposentado, com reduzido trabalho diário e pouca atividade física. A pessoa com esse perfil (homem ou mulher) não pode ingerir o tanto em gramas ou calorias de alimentos de quando estava em atividade de trabalho. Se é pessoa sedentária mais razão para comer menos. Esse grupo social, torna-se em graves cifras de obesidade intratável! Porque, como tratar o idoso obeso, viciado em comida? Difícil!

Podem vir à tona duas questões perguntadas em consultórios médicos e nutricionistas. A pessoa mais idosa ou aposentada, sendo ela de constituição magra. Como fica a alimentação? Resposta: O magro (a) por constituição genética não precisa de modificação do cardápio, em gramas e calorias. O indivíduo com uma obesidade adquirida, causada por sedentarismo, por dieta hipercalórica e negligência com a própria saúde. Este perfil de pessoa necessita de uma readequação alimentar, quando aposentado e/ou idoso. Uma orientação das mais saudáveis, no quesito alimentar da pessoa aposentada, inativa laboral e de atividade física, em se falando de alimentação é a qualidade e não o quanto comer.  Consultar um profissional médico, endocrinologista e/ou nutricionista é o ideal e mais seguro e eficaz. Não se pode virar peixe que morre pela boca. “Alimentos tanto nutrem quanto adoecem e matam”

A pandemia da obesidade na chamada 3ª idade, vem preocupando a comunidade médica e OMS. Há de se lembrar que os variados graus de peso acima do ideal para cada perfil de pessoas não representam apenas uma questão estética, de limitação da mobilidade, de roupas, de performance física.  Trata-se de uma doença com um amplo espectro de morbidades, de fatores de risco, com potencial de gerar outras doenças incapacitantes, invalidantes e mortais. Nesse bojo e rol estão a hipertensão arterial, o diabetes tipo II, as doenças renais, o AVC, o infarto, o agravamento quando se adquire alguma virose tipo covid19 e outras infecções. Porque neste contexto, a doença ativa uma cascata inflamatória complexa, grave e que por vezes leva à morte.

Assim, ficam aqui consignadas essas breves informações, no que concernem à obesidade para o indivíduo aposentado, o idoso ou qualquer pessoa que esteja impedida de exercitar, de fazer algum trabalho com maior gasto energético e calórico. E como conselho de saúde válido para todas as idades: Em alimentação, vale muito mais o que comer e não o tanto que comer, vale mais qualidade que quantidade diária. Certamente, assim, a pessoa tem chances de aumentar a qualidade e quantidade de vida. Longevidade com saúde e qualidade de vida devem ser a meta maior para todas as pessoas.

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