Faça o que eu dito e não o que pratico

 Quando o assunto é a Ética ou honestidade há aquele velho axioma que diz: “Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”. Ou esta versão: ” faça o que eu digo, mas eu não digo o que eu faço”. Ou ainda esta: “faça o que digo e faça como eu faço”.  Percebe-se que nesse fazimento de tudo quanto é atribuição humana, existe aquele indivíduo, o profissional, o professor, o educador, o agente da lei, o magistrado, o gestor público etc.; Não importa seu exercício profissional, que pode ser o modelo e exemplo do que ele exerce (profissão) ou ser o contra-exemplo, o contrário de sua atividade laboral/profissional.

Como ilustração citemos alguns modelos de pessoas e seu múnus ou funções laborais, públicas ou privadas. Um educador de qualquer nível escolar e de qualquer disciplina. Todos os seus pupilos e educandos hão de ter esse mestre e professor como um modelo profissional a ser imitado e inspirador. Todavia, pode esse educador apresentar duas índoles ou dois caráteres. Um, o professor que ensina sua disciplina e até comportamento ético, mas na vida particular/privada se mostra o reverso do educador de sala de aula.

Nesse mesmo contexto imaginemos um exemplo mais refinado, um professor de Sociologia, de Ética, de preceitos e comportamentos e honestidade (Deontologia), Civilidade, de Direito, de Relações Humanas, de Religião etc.; É de se pensar o quanto os alunos, educandos e aprendizes desse educador esperam os rigores de ética e honestidade desse mestre. Entretanto, volta e meia, vê-se que no trato e contatos pessoais privados, esse profissional educador comete variados ilícitos, como inadimplência (o popular calote), infrações de trânsito, rispidez e agressividade com as pessoas mais humildes de seu convívio. Etc. Ou seja, faço o que eu digo, mas não faça o que faço.

E esses modelos: caso 1= aquele agente da lei, um juiz que julga os crimes de corrupção, de peculato, de desvio de verbas públicas, de importunação ou violência sexual. Entretanto, esse mesmo magistrado é capaz de sucumbir ao apelo do dinheiro e vender uma liminar ou receber uma propina, no próprio nome ou de parente seu, em troca de um habeas corpus ou decisão favorável ao réu corruptor e corrompido. De igual modo esse magistrado praticar assédio moral ou sexual contra servidora mais humilde. Caso 2 = tipo aquele delegado de polícia combatente de delitos de mesma gravidade e natureza, mas privativamente perpetrar os mesmo crimes e infrações da lei. “Exerço o que a lei me obriga, mas faço o que a lei me proíbe de fazer!  Instigante, não é?

E para fecho dessa minidigressão, imaginemos, como tipos encontradiços e cediços os profissionais de Saúde. Aquele psiquiatra que escuta, interpreta e medica vários pacientes originalões e doidões. Entretanto, ele mesmo o terapeuta e médico nas relações sociais e parentais se mostra um gira e destrambelhado; doidão varrido! E assim, são diversos outros contraexemplos: o pneumologista que fuma e bebe desbragadamente ou experimenta outros “baseados”; o endocrinologista com sobrepeso ou mórbido, o cardiologista que prescreve um estilo de vida saudável, mas este mesmo nada disso faz; e tem a centralidade da vida na glutonaria, ritmo sedentário, vive nas patuscadas e outras esbórnias com os amigos. Já imaginou esse tipo!

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