choque de gerações

 É muito instigante quando se estuda a evolução social e cultural das pessoas, conforme foram surgindo as Ciências e a evolução tecnológica, mais especificamente, a internet, as tecnologias da informação (TI) e redes sociais. De forma simplificado, pode-se dividir em gerações baby boomer, nascidos no pós guerra (1945-1965); geração x, geração y ,geração z, e geração alfa (nascidos a partir de 2010).

Vamos aqui imaginar a evolução social, cultural, de liberdades gerais: de expressão, de opinião, de imprensa, de estar antenado o indivíduo com os valores presentes nas diversas relações sociais. Tanto com os membros parentais, os pais, irmãos, colegas de escolas, de entretenimento. De forma bem compreensível, imagine, para entendimento a relação da tradição com o moderno, do analógico com o digital, com o passado e o novo e a moda vigente.

Simplificando ainda mais o tema aqui em tela. Comparemos o encontro de uma geração baby boomer e uma geração Y (nascidos entre 1985-1999) ou z(nascidos a partir de 2000). Para simplificar mais essa comparação tomemos o exemplo de um pai ou mãe da era pré celular ou pré Internet com filhos e filhas pós Internet, estes nascidos a partir de 1995. Cultural, social e de relações humanas, inescapavelmente, surgem um embate, um conflito de valores, imagem do que está em vigência, em domínio, nas falas, nos diálogos, nos instrumentos da moda, celular, internet e mídias.

Os adolescentes e jovens crescidos e escolados a partir da era digital, era da Internet, celular e mídias digitais, quando se considera informação, ler, estudar e se informar, esses novos sujeitos fazem uso massivamente dos recursos digitais. Existe um apego enorme, em ordem preferencial de vídeos, imagens, áudios. Existe pouca tolerância a uma leitura (mesmo digital) de textos mais longos, que exigem reflexão, compreensão das palavras, expressões e frases longas. Quase tudo vem no estilo prêt-à-porter, ou seja, pronto e acabado, sem esforço mental do raciocínio lógico abstrato. Vídeos, imagens, fotos; eis as novas formas de comunicação.

Cita-se um caso social e concreto, nomes aqui postos de forma incógnita. Um exemplo de conflito (porque algo até constrangedor). Um pai geração baby boomer e filha nascida e educada na era pós internet (pós 1994). Filha adolescente era levada às festas e baladas (pai de motorista). Já adolescente, passada dos 15, chegados (pai e filha) no local festivo, o pai era dispensado de entrar no espaço da festa; uma demonstração cristalina de que a filha tinha certa vergonha de mostrar aquele pai aos colegas de igual idade.

E por que? Dissimuladamente, essa filha tinha internalizados, os conceitos e valores de que aquele pai era pessoa retrógrada, obsoleta, fora da moda. Enfim, em vez de se orgulhar daquele pai, a filha tinha vergonha de apresenta-lo aos colegas e amigas de iguais valores e objetos vigentes (choque tradição com modernidade).

Segundo exemplo social, constrangedor e contrastante de valores de gerações: pai baby boomer de conceituada formação profissional e intelectual; todavia, esse pai mantinha o gosto de leituras no livro físico, o livro papel preferente ao e-book ou digital, o manuscrito em vez da digitação, a leitura em papel reflexiva e com anotações. Filha já na madureza da idade, nascida pós anos 1990 educada com uso massivo de plataformas digitais. Aniversário e rega-bofes dessa filha.  Velhos e novos presentes, convidados geração y e z presentes. A filha homenageada e aniversariante, diz em sussurro ao pai: oh, nada de beijos (sociais) em minhas colegas, tá bom! “Fica estampada, a vergonha que a filha tem do pai, antigo”

Em conclusão: o que se depreende desta digressão, do conflito de geração, decorre também do modelo de educação da família. É o estilo da criação, da engorda, da maturação do filho ou filha imprimido pelos pais. O certo seria mostrar a esse filho e filha, a importância dessa junção ou interface, do que fica de bom da tradição com o bom e útil da modernidade. Questão de humanização na construção da pessoa, na formação e instrução do rapaz e moça, das crianças e jovens. Só isso! 

 

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