Comida e felicidade

 Quem disse que comida não traz felicidade? Pode ser que algum estoico como o foram Marco Aurélio, Epicteto, Sêneca o dizem! Entretanto basta que lhes privem de alguma comida, para mudança de opinião. Impossível que alguém se felicite corroído pela fome.  Diversas são as opiniões e afirmações de que comida de variada natureza não traz felicidade. Fica aqui este protesto na forma de contra-opinião e reprimenda. Traz felicidade, sim. Imagine aquela mulher, aquele homem já repimpado e fornido de adiposidades! Vê lá se essa pessoa está se lixando ou agastando para esses pareceres, opiniões e locuções propositivas contrárias!  “Neca de pitibiribas” (ops, escuse-me pela gíria).

Para mais consistência de que comida traz felicidade, além do prazer e gozo, basta exercer uma audiência e visão dos espaços de alimentação. Seja em um shopping, em um restaurante, uma pizzaria, uma sorveteria, em um bar, em uma churrascaria. Vale o tempo e trabalho dessa detida análise. Bom e mais agradável que esse analista-antevisor (não retrovisor), o analista que olha sempre para frente, bom e saudável que ele esteja de fome e apetite saciadas. Porque imagine bem! O sujeito pesquisador contemplar o prazer, o regalo, o gáudio, o gozo de terceiros e ele mesmo penitenciando de fome.  

Porque há essa diferença, fome e apetite. Bom e saudável que esse pesquisador já esteja bem alimentado (ou comido, como dito no popular). Com esse expediente, o trabalho de analisar e registrar tendo ele já alimentado, os dados compilados e concludentes ficam mais sólidos e convincentes. Trata-se de dado producente e estatístico, verossímil e sólido.

São muitas as outras evidências da relação de comida com felicidade. Algumas de mais consistência: rodízio de comida. O mais useiro e vezeiro são as churrascarias. Tanto que se paga uma taxa fixa de adesão, e o cliente come em profusão. Sem limite. Há gente que come tanto e tantíssimo, mas tanto que já empachado e estufado de comer, sai se regozijando de ter dado prejuízo ao dono do negócio, isto é; do rodizio. De igual forma e contentamento são outros rodízios, de pizza, de sorvetes, de massas, de doces, de pamonha, de pastel, etc.

O mais significativo e simbólico da felicidade no gestual de comer, se vê em festas. Tanto que previamente, antes de chegar aos rega-bofes, dias antes, o comensal e comilão já sente aquele gozo, aquele sabor de cada iguaria. A comida, a gastronomia, as culinárias entram como complemento de muitas outras felicidades. Exemplos: a felicidade de um casamento. Celebra-se o conúbio! Entretanto, todos, convidados e convivas, cônjuges e padrinhos já começam a digestão antes dos comes e bebes.

Fica então assim consignado, do quanto é veraz, substancioso, o aceite, o consenso e uníssono, do quanto é real, palpável e palatável, a relação umbilical e radical da comida com a felicidade.

E para bem quadrar e rematar essa mini resenha, vamos registrar e rememorar o conceito metafisico ou hedônico do que seja a felicidade. É um estado agradável  de alma e espirito. Mas, também de modo empírico igualmente do físico. Trata-se de um estado de bem-aventurança, de bem-estar, de relaxamento, de sensação de leveza e calmaria, de muito gozo e gáudio. Só que com uma disposição e fundamento: É um estado transitório, não permanente, repetitivo, é verdade. Porque fosse um estado benfazejo contínuo não seria felicidade. Seria apenas um estado habitual, de normalidade e aceitação padrão. Daí a nossa digressão.

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