Como é gratificante se guiar pelas luzes das Ciências, pelos Trabalhos Científicos conduzidos com isenção e sem ideologia. E exclusivamente em busca da “verdade real” (como o faz a “Justiça justa”). Porque há verdades e verdades, cheiro de verdade e verossimilhança. E mais, existem Pós verdade, factoides, fake news, fabulações, fofocas falsas e invectiva. Atenção, não confundir fofoca com mentira. Há fofoca real e fofoca falsa.
Nesta ora descrição, feita com discrição e concisão sobre a constituição e construção do homem integral. Olha que interessante que nos mostram as Ciências. Nas áreas de Humanidades, mais especificamente, nas especialidades médicas do desenvolvimento da pessoa: obstetrícia; que cuida da fecundação, da embriogênese, do crescimento fetal até o nascimento, ou seja, a vida do nascituro vai da fecundação ao nascimento. E como já é significativo esse cuidado dos profissionais (ginecologista, obstetra, nutricionista). Porque mãe e feto formam quase um só organismo. Mas são dois em uma só mãe. Empolgante essa noção e conhecimento que nos traz a Ciência.
E nessa jornada, ao nascer, inicia o animal humano. A formação do indivíduo se divide na sua constituição física, orgânica, biológica e fisiológica. E na mais importante como humano, racional e consciente, o seu desenvolvimento psíquico, emocional, cognitivo, intelectual, nas relações sociais e com o meio ambiente, entre outras faculdades humanas.
Existe uma diretriz na construção integral do indivíduo. Noções simples, de fácil entendimento: todos nascemos analfabetos, de tudo. Sequer temos noções de quem é pai e mãe nos primeiros meses de vida. A identificação com a mãe, mesmo em fase do nascituro, se dá por um reflexo condicionado de dependência e proteção. A formação da pessoa então se dá, através da interação com a mãe principalmente. Ela será a educadora determinante na geração, construção, instrução, limitação e mestra do filho (a). Se de começo se faz errado, há o risco do erro ser perene. Se mal começado pode vir pessoa mal-acabada.
As Ciências, notadamente a Psicologia Social, a Psicopedagogia, mostram como se faz na construção, na educação e formação da pessoa. Ela se dá por fases, conforme a habilidade intelectual e cognitiva da criança. E essas etapas se alteradas surgirão os prejuízos na consumação integral do indivíduo. Esse processo, assim o dizem as Ciências Humanas deve ser conduzido pelos pais, por monitores, tutores e complementado pelas Escolas, a seu tempo.
De forma sintética, algumas tintas e notas sobre o chamado infantilismo ou puerilismo persistentes. Conceito: trata-se daquele indivíduo consequente e resultante de uma falha da educação, que se nega em atingir a maturidade e a autonomia. São pessoas resultantes de uma criação e formação familiar malfeita, tolerante, muito protetora, paternalística em demasia. Filhos criados e engordados com excessiva proteção, mimos, ociosos, sem treinamento da responsabilidade essencial à manutenção da vida. Etc.
Como se dá o espectro social o fenótipo gestual desse indivíduo infantilizado? Dependência de quase tudo no provimento à sua existência e mantença social. A pessoa infantilizada, mostra-se sempre frágil ante desafios e frustrações de média e baixa complexidade. Muitos são os afazeres e tarefas domésticas e pessoais que ela carece de quem ajude ou faça para ela. Assim, se dá como outros sinais: a sua marcha, os esgares, os meneios, a mimica, a postura, o tom vocal etc.; As Ciências respondem: são falhas da educação e pedagogia familiar. Não se trata de falha orgânica ou fisiológica, mas falha pedagógica da família. Há cura? Improvável. Educado, mimado, protegido demais, chances de um perpétuo sujeito (porque foi sujeitado a uma deseducação familiar) infantilizado. Imagine o caso concreto, sem citar o nome, de um jovem empresário que atropela e mata outro motorista que dirigia seguro e devagar. O jovem mimado e “mauricinho” andava a mais de 150 km/h, em avenida com limite de 50. Embriagado, mata o outro, correto e trabalhador. Esse agora criminoso, escudado pela mãe, se evade do local. Típico caso de filho mimado, criado em uma bolha protetora. Falha típica de educação familiar, mãe e filho vão ser processados pelo ocorrido!
Recomendações de Leitura
· 1988: Natureza humana. Trad.de Davi Litman Bogomoletz. Rio de Janeiro, Imago, 1990. W18 - Human Nature. Eds. C.Bollas/M.Davis/R.Shepherd. London, Free Association, 1988.
· 1989a: Explorações psicanalíticas. Trad.de José Octávio de Aguiar Abreu. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994. W19 - Psycho-Analytic Explorations. Eds C.Winnicott/R.Shepherd/M.Davis. Cambridge, Mass., Harvard University Press, 1989.
· 1993a: Conversando sobre crianças [com os pais]. Trad. de Álvaro Cabral. São Paulo, Martins Fontes, 1993. W20 - Talking to Parents, eds. C.Winnicott/C.Bollas/M.Davis/R.Shepherd.