O Gênio Augusto dos Anjos

 O Lamento das Coisas > de Augusto dos Anjos

Triste, a escutar, pancada por pancada,/A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,/O choro da Energia abandonada!

É a dor da Força desaproveitada,/- O cantochão dos dínamos profundos.
Que, podendo mover milhões de mundos,/Jazem ainda na estática do Nada!

É o soluço da forma ainda imprecisa.../Da transcendência que se não realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...

E é, em suma, o subconsciente aí formidando/Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!”

Este se constitui no mais belo soneto de Língua Portuguesa, uma ode a Natureza, ao Planeta Terra como um organismo vivo, e todas as suas formas de vida, ao reino hidromineral e as formais mais complexas de energia.

Vivemos em uma era em que pouco, muito pouco mesmo se veem valorizadas a Cultura e a Educação como resgates e salvadoras do indivíduo, da pessoa humana, constituída que é como um ser anímico, de um atributo único e superior, a Inteligência. Atenção! Está aqui a se falar não da humanidade inteira, mas de enormes rebanhos de gente jovem, robusta, com toda energia orgânica, mental, potencial intelectual e produtiva. E que, no entanto, vítimas que são de inércia imposta de um sistema capitalista e consumerista, se tornam zumbis, neutros, improdutivos, marginalizados de uma formação escolar de qualidade, profissional, social e humana. Fica a sensação de que as pessoas perderam a capacidade de pensar por si mesmas, de criação intelectual, de expressar por si mesmas, de análise crítica construtiva e artística.

Habilidades e trunfos aptos a tornar suas famílias, as cidades, o meio ambiente, o país, em um mundo melhor e civilizado. E melhor, tornar este indivíduo em um agente, um sujeito autônomo, independente e gerador de outros conhecimentos, influir construtivamente outros ao seu redor. E não muitas vezes (porque há boas exceções). E pior, esses tais mantidos, escorados e custeados por outras pessoas, familiares, e até o Estado, com subsídios, auxílios, aposentadorias escusas, suspeita e fraudadas.

Às causas e contextos da questão. Capitalismo e Consumismo são dois sistemas surgidos pós era Industrial, Inglaterra, toda Europa, Planeta, Humanidade. Os objetivos maiores do progresso industrial e tecnológico: maior produção, produtividade, qualidade de produtos, insumos, utensílios, máquinas, riqueza, qualidade de vida. Nesse cenário, o transporte mais rápido e viável para todos, a comunicação fácil, global e instantânea.

E chegamos a este prodigioso e sonhado estágio evolutivo, industrial, de progresso e tecnológico, nunca antes imaginado em tão pouco tempo. Que demonstrativo temos de tanto progresso e conquistas de invenções, ciências e tecnologias?  Fala-se aqui da Internet, rede mundial de computadores, tecnologia da informação, redes sociais e a telefonia móvel, estas como gêmeas siamesas (craniópagas, ligadas por mente e cabeça) da Internet.

Em meio e toda essa evolução e conquistas das ciências e das tecnologias, fica uma questão muito sensível e candente! Como bem aproveitar esses avanços? em se falando de formação, cultura, capacitação profissional e consciência ética e civilizada; como conciliar tantas invenções, em especial Internet, celulares e redes sociais como melhora dos valores éticos, culturais e de construção de uma criança, um adolescente, um jovem; em fases de maturação, desenvolvimento, aprendizado?

Países da Europa, como Inglaterra, vêm se debruçando e estabelendo normas, cartilhas, para o emprego racional, utilitário, construtivo de resgate da pessoa humana, em suas fases de crescimento físico, mental, intelectual, social e ético. No Reino Unido está se aprovando regras, cartilhas, diretrizes o uso do celular no ambiente escolar.  O brasil, ao que parece está se mexendo para se adaptar. Porque está difícil, depois de tanta juventude perdida com seus smartphones e iPads grudados no corpo como apêndices anatômicos. São os tipificados “cretinos digitais”, na concepção do Neurocientista Michel Desmurget, do Instituto de Saúde da França. Que valores agregam uma pessoa, jovem, senhor, já formado e com diploma, às vezes, em passar horas a fio, plugado nos celulares e redes sociais? Nada, não é! Ou melhor: necas de pitibiribas. Bastar aquilatar o quanto esse adicto e usuário digital está aditando de melhora ética, social, cultural em habilidades e profissionalismo

Posts mais recentes

Religião e Política

  Quando assistimos a certas cenas, de política e de religião, é tempo de se perguntar. Sem rebuscar as duas empresas praticadas pelos human...